“Meteorologistas foram avisados para não contradizerem Donald Trump”

A capa do Público de 9 de setembro destaca o texto da sua página 30 com o título “Meteorologistas foram avisados para não contradizerem Donald Trump”. O texto dá sinal da indignação e revolta dos cientistas perante tal “ordem”. “Deixa-me sem palavras que a liderança ponha o sentimento e o “ego” (de Trump) acima da divulgação de informação exacta sobre o tempo”, disse Michael Halpern, vice-director da União de Cientistas Preocupados (,,,) Uma das reacções mais fortes (…) veio de David Titley, antigo director de operações da NOAA (Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos EUA) durante a administração Obama: “É, provavelmente, o dia mais sombrio em termos de liderança. Não sei como é que voltarão a olhar nos olhos as suas equipas. Cobardia moral”.

Estaremos perante a versão do século XXI da condenação dos cientistas a quem os papas e os cardeais ordenavam que dissessem que a terra estava parada e o sol girava à sua volta, sob pena da fogueira ou torturas, a menos que dissessem o que suas senhorias exigiam como verdade científica?

António Avelãs