“Metade dos rendimentos das famílias de Lisboa vai para as rendas”
É impossível “evitar” o Público de hoje (21 de outubro). Um forte título na capa (em epígrafe) desenvolvido ao longo das páginas 2 a 4, sendo o problema retomado no Editorial. A Habitação tornou-se certamente no mais grave problema social da Área Metropolitana de Lisboa. Na cidade de Lisboa, o estudo de investigadores da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Universidade Nova de Lisboa conclui que a compra de uma habitação “leva” 58% do rendimento das famílias e o arrendamento 67%. Ou seja, tornou-se impossível para a esmagadora maioria da geração mais nova viver em Lisboa, sendo essa uma das causas de haver bairros totalmente “envelhecidos” na cidade. Mas a pressão sobre Lisboa, como o estudo assinala, faz com que os preços subam generalizadamente nos concelhos limítrofes: o estudo em apreço sublinha que em 11 dos 18 concelhos da AML é superado o valor considerado “limite de esforço” aceitável com a habitação: 35% do rendimento familiar.
Entrevistado, pela jornalista Luisa Pinto, o vereador da habitação de Barcelona, Josep Maria Montaner é perentório: é necessário promover a habitação pública a preços controlados para fazer baixar os preços. E o Editorial de David Pontes aponta a direção: é necessário dar conteúdo concreto à Lei de Bases da Habitação recentemente aprovada na Assembleia da República.
Como pressionar os poderes públicos para uma intervenção enérgica que defenda o direito de todos a uma habitação digna?
António Avelãs