Memórias
Não sei se foi pela proximidade da sexta-feira 13, data associada a bruxedos e locais sombrios da memória, mas os últimos dias têm sido férteis em notícias que nem ao diabo lembram.
O desespero e a frustração da direita é tal que já apelidam os acordos para a constituição de um governo com maioria na Assembleia da República de PUEC: "Processo de Usurpação Em Curso", “geringonça”, “fraude eleitoral e golpe político” e de “quererem governar na nossa vez”.
Passos Coelho até já quer a revisão da Constituição para se fazerem novas eleições . Todas as eleições necessárias, as vezes que forem precisas, até que possa ter nova maioria na Assembleia da República.
Lembra-me o menino d’ “O dono da bola”, do conto de Ruth Rocha, que “quando não se fazia o que ele queria, já se sabe, levava a bola embora e adeus treino”.
E, enquanto não se consegue tal desiderato, pela calada da noite, aprova a conclusão da privatização da TAP (e facto estranho, para quem tanto fala de fotografias, nem uma selfie tiraram?!).
Ao ouvir isto veio-me à memória o desabafo de José Saramago sobre as privatizações e os “Vampiros” do Zeca. E, sabe-se lá porquê, dei comigo várias vezes hoje a assobiar a canção.
Memórias…
Manuel Micaelo