Artigo:“Memória Viva - Vamos Comemorar…” - Dia Internacional do Idoso

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“Memória Viva - Vamos Comemorar…” - Dia Internacional do Idoso

IDOSO, VIVIDO, VELHO?

Decidiram batizar o dia 1 de outubro como “Dia do Idoso”. Devo dizer que não acho “grande piada” a isto de atribuir a cada dia do ano um nome, um evento, uma qualquer ideia. Sendo tantos, acabam por perder força naquilo que querem saudar ou homenagear.

Mas enfim, vamos lá ao “dia do idoso”. É que não gosto de que me chamem “idoso”. Ser idoso significa, apenas, que acumulamos anos; é uma questão de bilhete de identidade (agora, cartão de cidadão). Mas o que eu acumulei, o que os da minha idade já acumularam foi “Vida”, E acumular “Vida” não é o mesmo que acumular anos. Acumulamos um viver que é nosso e que é importante para nós e para outros. E já que nos querem “dar um dia” em que somos oficialmente importantes, exijamos que nos tratem como importantes ao longo de todos os dias. Exijamos que tratem de nos dar condições para que o saber (e a sabedoria) que acumulamos seja o magma que alimenta a nossa felicidade e o prazer de quem nos envolve (e que nós, sabiamente, envolvemos). Se há “coisa” a que nós, “vividos”, (e por que não simplesmente “velhos”?) temos direito é à nossa dignidade: a de sermos homens e mulheres que, apesar do inevitável declínio físico (e por vezes mental), não desistimos de viver a nossa vida, sem olharmos para o “bilhete de identidade”.

António Avelãs