Artigo:Manifestação pela Habitação

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Manifestação pela Habitação

Jorge Humberto
| Dirigente Sindical |

Escola Pública afetada pela crise na habitação

No passado dia 30 de setembro, o SPGL esteve presente na manifestação pela habitação, lutando contra a crise atual, que se reflete negativamente na vida dos professores e na qualidade da escola pública. A ausência de respostas para este problema, faz com que muitos professores deslocados tenham de ter uma segunda habitação, seja um quarto ou casa partilhada, deixando a família para trás e, no fundo, tendo que pagar para trabalhar. A falta de professores está relacionada com a incapacidade de muitos profissionais poderem aceder a aluguer nas zonas onde a especulação é mais feroz, nomeadamente em Lisboa, Setúbal e Faro, levando a que muitos alunos não tenham aulas ou a que muitos docentes degradem a sua qualidade de vida para trabalhar.

Esta situação desmotiva os jovens, que poderiam ingressar na carreira, mas que recusam ter de partilhar quartos e casas caríssimos, sem falar nos professores que já abandonaram uma carreira estrangulada sem perspetivas. Por todos eles estivemos na rua, solidários com o movimento “Casas para Viver”, exigindo políticas de apoio aos docentes deslocados, alojamento acessível, redução das distâncias de colocação, bem como o acesso a habitação pública.

 

Manuel Guerra
| Dirigente Sindical |

A Constituição da República Portuguesa consagra que «Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.» (artigo 65.º, ponto 1). 

No entanto, a realidade em Portugal é outra, com milhares de homens e mulheres, crianças e jovens, a serem confrontados com a privação do direito constitucional à habitação. 

A situação vivida pela população, residente e trabalhadora em Portugal, no acesso e na manutenção de uma habitação digna, bem como de todas as pessoas que estando numa situação mais vulnerável já perderam o acesso a este direito fundamental, é crítica e reclama respostas do governo. Respostas que enfrentem de forma determinada a especulação imobiliária e os interesses da banca e se traduzam em mais habitação pública e no aumento dos salários e valorização do trabalho.

Texto original publicado no Escola/Informação Digital n.º 41 | Outubro 2023