Artigo:Mais de 40 mil em defesa da escola pública e da profissão docente

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Mais de 40 mil professores e professoras, educadores e educadoras responderam de forma entusiástica ao apelo da FENPROF e, no caso de Lisboa, ao do SPGL.

Os manifestantes aprovaram uma resolução com as ações de luta a avançar. Exigir a realização, com caráter de urgência, de uma reunião entre o MEC e a FENPROF, com a presença do Ministro. Apelar a uma grande presença dos professores nas concentrações e manifestações gerais que ocorrerão em 16 de Fevereiro, convocadas pela CGTP. Propor a realização de uma Semana de Luto nas Escolas, contra as políticas educativas e as medidas anunciadas, na semana de 18 a 22 de fevereiro. Propor à FENPROF que se promova, a nível nacional, um Dia D para debater com os professores as posições a tomar e as lutas a desenvolver. Empenhar-se na recolha de assinaturas para a petição nacional em defesa das funções sociais do Estado. Propor à FENPROF, caso se concretizem as ameaças que pairam sobre os docentes e investigadores e sobre a Escola Pública, a promoção de uma petição pela demissão de quantos, no governo, atentam contra a Constituição da República Portuguesa. Propor à FENPROF o reforço da ação junto dos tribunais. Propor à FENPROF que, na sequência do seu 11.º Congresso, tome a iniciativa de impulsionar uma grande campanha nacional em defesa da escola pública, a percorrer todo o território nacional.

"Mobilidade especial para quem governa mal", "terrorismo social enche o bolso ao capital", "troika e FMI, bandidos fora daqui", "se a educação é cara, experimentem a ignorância" ou "matar a educação é destruir a nação" foram algumas das palavras de ordem mais ouvidas pela Avenida da Liberdade. Na Madeira teve lugar uma ação paralela no Funchal.

Nos discursos finais, o secretário-geral da CGTP destacou que as medidas da política do FMI implementadas em países da América Latina e que fracassaram há mais de 30 anos, foram agora importadas para a Europa. Roberto Baradel, secretário-geral do maior sindicato de professores da Argentina, o SUTEBA, saudou a luta dos docentes portugueses e lembrou a experiência do seu país, o acréscimo de 30% de desemprego e 60% de pobreza e apontou que a solução é "fora ao FMI" e uma política de mais direitos, mais Estado e mais escola pública. Mário Nogueira denunciou a política do MEC, nomeadamente os mega-agrupamentos, a mobilidade especial, a carga horária, o desemprego e a municipalização do ensino, considerando que "quem está a mais não são os professores, são os governantes".

(Fotos de Manuel Grilo)