Artigo:LEITURAS | A convergência dos ventos

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LEITURAS

A convergência dos ventos

Nuno Júdice (1949-2024)

«(...) Creio que A Convergência dos Ventos respira de algum modo sob uma tensa harmonia entre o que a memória reproduz e o ver objectivo produz. Dito de outro modo, estamos perante uma poesia que se equilibra, sustentada por uma poderosa e eficaz imaginistica, entre um passado e um presente de onde o poeta parte, consciente de que

 Continuo em frente para/
 Onde me esperam os novos funerais do mundo

Nuno Júdice, sabendo que é possível a comunicação entre os humanos, qualquer que seja a circunstância histórica, assume-se, como todos os grandes poetas, um fazedor de mundos, os seus poemas, que constrói com palavras diria que renascidas na sua mão, sejam de júbilo ou amargura, de nostalgia ou esperança, de ironia ou crueldade, e fá-las explodir, por vezes de forma deslumbrante, no universo dos seus leitores a quem deixa um ethos poético outonal, mas ondulando ao vento da primavera e ao vento do verão, ventos que sopram de múltiplas formas e convergem nos poros do poema que é onde nasce a beleza.» 

Excerto do texto de Paulo Sucena, originalmente proferido por ocasião da atribuição do Prémio António Gedeão (FENPROF, 2016) a Nuno Júdice.

Texto original publicado no Escola/Informação Digital n.º 42 | março/abril 2024