Intervenção do SPGL na IX Conferência Distrital da Interjovem de Lisboa
Intervenção de Sara Covas proferida na IX Conferência Distrital da Interjovem de Lisboa, realizada no Auditório do STEC sob o lema “Com a força da juventude, Sindicalizar e lutar por melhores condições de trabalho”.
Camaradas,
O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, nascido uma semana após o “dia inicial inteiro e limpo”, saúda esta conferência, a Interjovem e reforça o seu apoio, a solidariedade na luta diária por mais direitos, mais salário, mais futuro e pelo fim da precariedade! O drama que se vive hoje na escola pública não apanha ninguém de surpresa. Nunca tivemos professores a mais. Enquanto nos mandavam emigrar ou sair da zona de conforto, as turmas eram constituídas com 30 alunos. Enquanto comentadores defendiam o fim dos cursos na área das ciências sociais, assistíamos às reformas em bloco de professores nas diversas disciplinas. Sabiam bem o que diziam eles e as suas consequências e sabíamos nós bem que só a luta dos professores seria e é capaz de travar o fim da escola pública, sempre em articulação com os demais trabalhadores que a constroem e as comunidades educativas.
As medidas anunciadas pelo atual Governo para colmatar a falta de professores não reconhece os erros cometidos pelos anteriores governos e não resolve os problemas. Apaga a importância da formação, desvia investigadores das universidades, obriga a mais horas extraordinárias e vai buscar professores já reformados. Tudo em troca de tostões se tivermos em conta o crescente custo de vida. Não obstante a vinculação dinâmica e o concurso extraordinário em curso, a precariedade no ensino manteve-se, agravando-se pela falta de apoio à deslocação. Dos vaticínios criados e alimentados, souberam os professores resistir, organizar e lutar. Foi pela luta persistente e continuada que professores e educadores conseguiram vincular. E será pela luta que conseguiremos que professores que ficaram de fora vinculem, que tantos milhares de professores no ensino particular consigam um contrato e que o ensino superior e a investigação conquistem a estabilidade que necessitam para fazer o país avançar.
O SPGL na sua ação reivindicativa, tem ido ao encontro dos jovens que entram na profissão. Através de reuniões de esclarecimento, nas idas às escolas, onde o empenho dos seus dirigentes contrariam as tendências divisionistas. Não há professores com formação e professores sem formação. Há professores! E há uma escola pública, gratuita, democrática, de qualidade e inclusiva para se fazer cumprir! Viva a luta dos jovens trabalhadores!
Versão resumida publicada no «Escola/Informação Digital» n.º 44 | novembro/dezembro 2024