Artigo:Intervenção de Eduardo Jordão

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Intervenção de Eduardo Jordão

Eduardo Jordão

Camaradas,

A média de idades dos professores ronda os 50 anos, e menos de 2% têm hoje menos de 30. Acrescente-se a isto os números de aposentações que se preveem até 2030 e temos o quadro pintado, já conhecido, de uma profissão envelhecida.

É urgente atrair jovens para a profissão. E como está bem expresso no ponto 6.3 do nosso programa de ação, isso exige mais do que discursos: exige medidas concretas.

Os problemas que estes jovens enfrentam não são novos.

São, na verdade, os mesmos que muitos dos que aqui estão enfrentam ou enfrentaram:

  • Precariedade – mesmo que, hoje, muitos jovens consigam vincular mais cedo, devido à falta de professores.
  • Salários
  • Dificuldades em aceder a habitação – sobretudo nas zonas onde mais falta fazem
  • Horários desregulados, turmas sobrelotadas, excesso de burocracia, e uma gritante falta de democracia nas escolas.

Perante isto, a FENPROF tem estado na linha da frente. E as propostas que encontramos no ponto 6.3 são disso prova.

  • eliminação da precariedade abusiva, com vinculação a todos os professores com três ou mais anos de serviço;
  • aumento dos salários, com valorização real dos escalões iniciais e equiparação salarial entre contratados e efetivos;
  • apoios efetivos à fixação em zonas carenciadas e ao apoio à deslocação de todos os professores longe da sua residência;
  • Inscrição na CGA

Importante para os jovens que estão a chegar ou já a dar aulas com habilitação própria é também:

  • A luta por um estágio remunerado, com contrato de trabalho e todos os direitos associados;
  • E a luta por uma profissionalização em serviço eficaz e com qualidade – porque ninguém pode prescindir do seu salário para frequentar um mestrado de ensino.

Mas, camaradas, para que estas lutas sejam vencidas, é fundamental que os jovens professores estejam connosco. É verdade que são ainda uma minoria, mas são o futuro da profissão… e também o futuro dos nossos sindicatos.

Por isso, temos de estar com eles: nas visitas às escolas, em plenários específicos de jovens, mas também nas instituições de ensino superior com cursos de formação de professores.

Há que sindicalizar e incentivar esta malta a assumir responsabilidades.

Por vezes, faz mais a FENPROF para a trazer jovens à profissão, informando e dando apoio, do que o governo.

Por fim, deixo uma palavra de reconhecimento e valorização à participação dos jovens professores, na manifestação nacional da juventude trabalhadora de 28 de março, no 25 de Abril e no 1.º de Maio.

Apesar de ainda haver muito a fazer, temos sinais claros de que há disponibilidade e vontade de lutar.

Cabe-nos a todos garantir que essa luta tenha continuidade. Porque lutar pelos jovens professores é lutar pelo futuro da profissão e da escola pública.