Inteligência Artificial
A CIP divulga hoje os resultados de um estudo que encomendou sobre os efeitos da "economia digital" no trabalho e no emprego.
Destaca-se a previsível perda de perto de um milhão de postos de trabalho até ao final da próxima década, em consequência da robotização e da automação dos modos de produção laboral.
Dramático.
A organização da sociedade em que temos vivido desde há séculos baseia-se no valor e dignificação do trabalho e dos trabalhadores como elemento essencial das dinâmicas que lhe são próprias.
A existência de uma ocupação laboral das populações é não só estruturante da sociedade como também um factor decisivo para a manutenção da paz.
Esperemos que estes resultados, nada surpreendentes diga-se, atendendo à voragem pelo lucro que impera impunemente na economia do sacrossanto mercado, levem as confederações de empregadores a um rebate de consciência, no sentido de preservar até ao limite do possível os imprescindíveis postos de trabalho ainda existentes.
Seria também interessante que, enquanto trabalhadores, nos consciencializássemos do que estamos a fazer quando, alegre e distraidamente, utilizamos os novos serviços que habilidosamente nos convidam a executar as tarefas que estamos a pagar. Nas portagens, nas bombas de gasolina, no McDonald, no MB e no HomeB, nas compras na Net, nos valores do contador da água e da luz, etc.
Dá-nos jeito, no momento, aproveita a alguns, claro, mas terá um custo enorme para o futuro.
Ricardo Furtado