Imperdoável
...foi o título que Clint Eastwood deu a um filme em que se aborda a inevitabilidade da vingança.
O caso do Lítio arrisca ser mais um daqueles casos em que se torna impossível perdoar a passividade do PS face à (própria) corrupção, ou à aparência dela.
Mas o que esperar de um partido que conviveu tantos anos com José Sócrates ao leme?
Na página da RTP pode-se ler:
"RTP sabe que o ex-secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, se tornou consultor financeiro da empresa, Luso Recursos Portugal Lithium, três meses antes de lhe ser atribuída a concessão.
O ex-governante nega ter interferido no processo. "
Tudo coincidências, como é óbvio.
Não deixa de ser admirável a completa indiferença que o PS parece ter ao princípio básico de que a um político não basta ser, tem de se parecer, como quem vive despojado de toda e qualquer necessidade de prudência ou hipocrisia, entenda-se da forma que se quiser.
A não ser que o PS, sendo corrupto, se queira assumir como tal, o que também se poderia ler com alguma admiração, tendo em conta a enorme eficácia com que o faz.
Por arrasto, vai toda a esquerda, pois é este o efeito do outro princípio de senso geral, diz-me com quem andas (ou andaste), dir-te-ei quem és.
Temos a agradecer ao PS mais uns salpicos de peçonha a envenenar a opinião pública relativamente à esquerda.
João Correia