“Impacto da pandemia na natalidade será elevado”
(Público, 28 de junho, pgs 14 e 15)
A presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Ana Fernandes, entrevistada por Natália Faria, deixa-nos algumas questões sobre o nosso futuro. Parte de um dado, que certamente terá comprovado: a natalidade continua a baixar. E para isso concorre a covid 19 e os seus “efeitos colaterais” (o medo, a ansiedade, o menor recurso aos cuidados de saúde), bem como o facto de a imigração já não compensar o envelhecimento da população.
Como pano de fundo: a crise económica provocada pela epidemia aumentou a insegurança quanto ao futuro, aumentou o desemprego e a precariedade, factores que contrariam a natalidade.
Ana Fernandes sugere algumas medidas para contrariar a baixa natalidade: abrir creches públicas a preços acessíveis (e porque não gratuitas?), abonos de natalidade que sejam estimulantes e não abranjam só as camadas pobres, e, aliás título da peça, “considerar o número de filhos no cálculo das pensões, (…)”. Mas a questão de fundo é mesmo a segurança no emprego, a que deve acrescentar-se os baixos salários.
Quanto às escolas, Ana Fernandes alerta para “escolas vazias”. Mais difícil o emprego para professores e educadores. Mas também uma oportunidade para reduzir o número de alunos por turma, reivindicação permanente dos docentes preocupados com o sucesso de todos os seus alunos.
António Avelãs