Hospital São José
Cirurgia precoce teria evitado morte de jovem com aneurisma
"Mas também porque esta unidade de saúde, "considerando que o utente demonstrava já sinais de agravamento clínico", não procurou "uma alternativa efetiva de acesso para o utente, seja através de convocação da equipa necessária para a realização da cirurgia" ou "através de transferência do utente para outra unidade hospitalar".
Ver mais em http://www.jn.pt/nacional/interior/cirurgia-precoce-teria-evitado-morte-de-jovem-com-aneurisma-5297728.html Pergunta: quem é a unidade de saúde? Tem um rosto, ou rostos, que se podem identificar, acusar, ou será mais uma daquelas entidades escorregadias que vazam a culpa para o nada?
Esperemos pelo Ministério Público, diz o bom senso.
Pois, mas eu ainda estou no antes, no antes dum rapaz na flor da vida ter sido atraído para a armadilha da psicopatologia do quotidiano, nomeadamente a das perversões e das omissões.
Por que razão não houve uma alma naquele hospital que, feito o diagnóstico, apurada a urgência e o risco iminente de vida, não se assegurou que ao paciente era administrado o tratamento necessário, antes de ir de fim-de-semana, de férias, ir ter com os filhos, o marido, a mulher, a amante, o sofá...?
Por que razão não houve uma alma que tivesse dado um grito Acudam!, que se tivesse revoltado, que tivesse uma manifestação de humanidade?
Ou será possível que a tal "máquina", a trituradora kafkiana, seja de tal ordem que até já destruiu parte da possibilidade dos seres humanos ali presentes verem a realidade para além das prerrogativas das rodas dentadas?
A desumanidade pode e deve ser esbofeteada a tempo, para ver se se sacode enquanto é tempo. Porque depois o que resta é isto, danos colaterais.
João Correia