Artigo:Com Crato não existiria Raquel Varela

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Com Crato não existiria Raquel Varela

De todos os lados, se bem atentarmos nas notícias que correm por estes dias, nos apercebemos do quão grave se está a tornar a problemática da educação em Portugal.

Da falta de professores à municipalização, da inexistência substantiva de ministro da educação à ausência de diálogo para resolver o que quer que seja na vida das escolas e dos professores, passando pelos gravíssimos atropelos perpetrados diariamente por dezenas de diretores de escolas na gestão corrente da vida de milhares de professores, e alunos, nomeadamente na questão dos horários, o panorama educativo nacional não se apresenta de feição.

Acirrando ainda mais o problema, Nuno Crato, andando por aí, afirmou há pouco tempo, em entrevista ao DN, que, “Desenvolver sentido critico no vácuo é uma ideia perigosa”.

Pensar isto, sim, é uma ideia muito perigosa e vem na linha de raciocínio dos que consideram que os conteúdos de Disciplinas como Cidadania não fazem sentido nos currículos nacionais.

Falar, ensinar e refletir sobre modelos de governação e participação cívica, qualidade de informação, agências de notícias e redes sociais, sistemas e ideologias politicas presentes e passadas, populismos e cancelamentos culturais, radicalismos éticos, rácicos ou religiosos, entre outros assuntos, são conteúdos demasiado etéreos, voláteis e vagos, por inadequados e sem conteúdo, no entender dos que se opõem à escola como local privilegiado de formação de cidadãos conscientes, informados e munidos de um sentido crítico capaz de os defender das manipulações a que diariamente estão sujeitos.

Um bom exemplo do que acabo de expressar é o caso em que, a todo o custo, tentam apoucar Raquel Varela.

Não precisamos de concordar com tudo o que diz para reconhecermos qualidade, conhecimento e sentido crítico nas suas livres intervenções, sendo por isso lamentável que uma corporação de gente mal intencionada se tenha empenhado em denegrir e manchar a sua reputação académica.

Felizmente, mais de uma centena de académicos e investigadores, de várias nacionalidades, decidiram intervir em sua defesa.

Ricardo Furtado