Artigo:Há que ampliar a dimensão europeia e laboral da resposta global à crise

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Em entrevista, António Avelãs, presidente do SPGL, avalia a iniciativa de europeia de protesto deste 14 de Novembro, salientando que ” todos esperamos que esta data marque o arranque para uma resposta coordenada de todo o movimento sindical europeu capaz de travar o caminho neoliberal para a barbárie civilizacional”.

Porque e como surgiu esta iniciativa que une todos os países europeus?

Esta greve tem, de facto, uma dimensão europeia. Além dos países em greve, muitos outros -23 – têm hoje ações de protesto contra esta austeridade e esta política de destruição dos direitos laborais e sociais. É uma iniciativa proposta e coordenada pela Confederação Europeia dos Sindicatos (CES) com o apoio explícito das federações mundiais – a CSI e a FSM. Todos esperamos que esta data marque o arranque para uma resposta coordenada de todo o movimento sindical europeu capaz de travar o caminho neoliberal para a barbárie civilizacional.

O que suscitou em particular a adesão dos professores e, concretamente, dos professores portugueses?

É certo que os professores têm, no campo estrito do ensino e da educação, motivos fortes para aderir a esta greve: a degradação das condições de trabalho – por exemplo, o aumento do número de alunos por turma -, o desemprego e a instabilidade crescentes, a alteração negativa das regras para a aposentação, o subfinanciamento das escolas – particularmente grave no ensino superior, etc…

É ainda evidente que os docentes são atingidos como todos os trabalhadores pelos cortes salariais, roubo dos subsídios, pelo brutal aumento da carga fiscal e degradação dos serviços públicos. Mas o SPGL acentuou muito a dimensão cívica e política desta greve (quase) europeia: o que está em causa é o modelo de sociedade que queremos para o futuro da Humanidade.

De que modo os professores portugueses se vêm juntar ao 14 N e sua preparação?

A preparação para esta greve não se diferenciou da preparação para outras greves: reuniões em muitas escolas, divulgação de cartazes, folhetos e autocolantes, alguns “mupis” e pendões e muito recurso a e-mails e sms…

Como está a correr a adesão? Que avaliação faz o SPGL?

Neste momento - 11 horas do dia 14 – o que podemos dizer é que o número de escolas encerradas é bem superior quando comparamos com a última greve geral. Mas ainda não podemos adiantar dados fiáveis da adesão dos docentes. As escolas encerradas e outros dados podem ser consultados na nossa página.

Em conclusão: os dados-gerais parecem indicar que estamos perante um bom dia de luta.
Repito: há que ampliar a dimensão europeia e laboral da resposta global à crise.