Há professores com mais de dez anos de aulas que voltam a não ter lugar no quadro
Ficamos avisados pelo atual governo de que no próximo ano letivo apenas entrarão 100 professores no quadro de pessoal docente das escolas públicas ao abrigo da norma travão, invenção cratiana para fazer face ao puxão de orelhas dado pela União Europeia ao Estado português .
Diz um membro do governo que tamanha frugalidade se deve à complexidade do problema, pelo que se chuta para a frente a respetiva solução final.
Ou seja, o país do aguenta aguenta, mais uma vez e por tempo incerto, a escorar as obras de engenharia financeira que escoam os dinheiros públicos para bancos, swaps, PPP`s e afins, não vá ele deslizar para sustentar serviços públicos de qualidade alicerçados em profissionais reconhecidos, com carreira e estabilidade no emprego.
Será que ainda há que manter a possibilidade de uns bons milhares de professores, mesmo com 20 ou 30 anos de serviço a contrato, poderem ser dispensados quando bem aprouver ao governo?
Não será altura deste governo dizer claramente e duma vez por todas ao que vem, ou ao que deveria vir, rechaçando o Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo aprovado pela maioria PSD/PP, que prevê a expansão da rede privada à custa de financiamento público?
Não será altura de simplesmente dizer: estes professores vão ser integrados no quadro, porque são precisos, e ainda serão mais, já que a mama dos colégios é para acabar?
João Correia