Artigo:"Governo quer criar equipa especial para estudar criminalidade juvenil"

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"Governo quer criar equipa especial para estudar criminalidade juvenil"

A notícia aparece na página da RTP, em que se dá nota do aumento significativo da criminalidade juvenil como potencial consequência da  pandemia.

Esta notícia vem na sequência de outras, em que se relata o aumento da criminalidade associada a conflitos entre gangues, incluindo a ocorrência de vários homicídios violentos. 

Para aumentar a eficácia das medidas a tomar contra este aumento, o Governo pretende estudar as causas do fenómeno, tendo para isso criado uma equipa multidisciplinar.
Os pressupostos básicos da formação destes grupos de jovens são universais e assentam na acumulação de um conjunto de fatores diversos, em que as dificuldades de carácter económico das famílias assumem um papel central na emergência de um extenso rol de dificuldades e tensões quotidianas. 
A satisfação das necessidades mais básicas fica comprometida, as famílias desestruturam-se, a violência conjugal e familiar emerge, as redes sociais capazes de ajudar os jovens em dificuldades são frágeis e falham demasiadas vezes, estes não se sentem bem em casa e procuram alternativas fora dela, onde outros como eles procuram também um sentido e objetivos de vida.
Aí acabam por encontrá-los, associados ao engodo do dinheiro fácil da pequena delinquência e à satisfação instantânea do consumo de drogas. 
Qualquer intervenção terá que ter em conta os fatores subjacentes à geração da pobreza, que, não não os iludamos, são sistémicos e estruturais, o que, necessariamente, passará pela valorização dessa coisa básica a que se chama salário, caso se queira realmente "resolver" o problema.
Com o aumento do custo de vida que se prevê, fruto da guerra e dos interesses dos seus beneficiários, não nos parece que haja condições para que as feridas abertas na pandemia tenham condições para cicatrizar, se não houver a vontade política e os meios para inverter este rumo. 
João Correia