Fraude fiscal era prática corrente e "histórica" no GES
A situação que permite o título da notícia da página 24 do Público de hoje, 2 de março, ("Manuel Pinho assume fraude fiscal e diz que era prática corrente e histórica no GES") não pode deixar de suscitar profunda reflexão e apreensão.
Aí se pode ler: "Manuel Pinho, antigo ministro da Economia, (...) assume (...) que cometeu "ao longo de vários anos crimes de fraude fiscal, tendo embarcado num esquema global dentro do Grupo Espírito Santo (GES) em que os pagamentos de parte das remunerações e prémios eram feitos por fora, inclusive para offshores"
Duas ordens de preocupação: - a reconhecida prática criminosa não impediu que M. Pinho fosse ministro (como aliás, embora com contornos diferentes, aconteceu com os banqueiros do BPN, para que não se argumente que tal acontece apenas em governos do PS... Em ambos os casos, coube aos trabalhadores portugueses pagar os encargos de gestões danosas). Mas certamente ninguém acredita que esta prática socialmente criminosa (fuga ao fisco e colocação de capitais em offshores) seja exclusiva do GES. O que não impede que alguns destes "criminosos" sejam apontados como "exemples públicos" e condecorados pela República.
A situação agora "assumida" (e denunciada) por Manuel Pinho ilustra bem o "caráter social" do capitalismo que nos (des)governa.
António Avelãs