Fazer escolhas

Hoje o jornal “Público” brinda os leitores com diversos artigos sobre Educação. Nem sempre isso acontece. Muitas vezes a Educação e a Escola Pública são esquecidas ou remetidas para um papel secundário, como aliás se sentiu nesta campanha eleitoral.

O título na capa do jornal de hoje, que remete para um artigo de Patrícia Carvalho “Escolas públicas não garantem aulas online a todos os alunos isolados”, ajuda-nos a perceber o estado das escolas e a ficar com a noção de que os rastreios efectuados no arranque do 2º período detectaram 2700 casos entre docentes e funcionários não docentes, conforme notícia de Samuel Silva. Duas folhas à frente, na secção Sociedade, Clara Viana assina um artigo cujo título “Baixas de professores crescem, milhares de alunos sem aulas” é seguido por este destaque: “Pandemia agravou estado de exaustão. Segundo a Fenprof, cerca de 25 mil alunos estão sem aulas a pelo menos uma disciplina”. A jornalista destaca a palavra “exaustão”. Eu digo: até onde vai o limite?

Depois destas três peças jornalísticas a que me refiro no parágrafo anterior, dos quatro artigos de opinião na secção Espaço Público, quero destacar e convidar à leitura do artigo de Mário Nogueira “Olhos postos no futuro sem esquecer o passado” e “Mais respeito pela Educação” da autoria de Filinto Lima.

Estamos a escassos dias de saber que escolhas vão fazer os eleitores e eleitoras para o futuro parlamento. Se querem uma correlação de forças que permita reforçar os serviços públicos, valorizar as carreiras e os profissionais com salários justos e dignos, se querem dar dignidade à aposentação e à velhice, se querem lutar por transformações estruturais que invertam o desastre ecológico que teimamos em prosseguir, se querem um SNS que assegure o direito à protecção da saúde conforme prevê a Constituição…  enfim, se querem o direito a uma vida com direitos e em que a dignidade de todos e todas seja assegurada.

Há momentos na vida que são decisivos. Estamos nesse momento. Boas escolhas, pois.

Almerinda Bento