Falta de professores:
sucessivo adiamento da revisão do ECD comprova que o objetivo não é resolver o problema
Mais um ano letivo que começou, infelizmente sob um céu carregado de nuvens negras. E não se trata apenas de uma metáfora: os mesmos problemas de sempre persistem, agravando-se de ano para ano, fruto da ausência de vontade política e da falta de respostas concretas para os resolver.
A falta de professores é um dos maiores sinais de crise no sistema educativo. Todos os números conhecidos oficialmente, comparando com anos anteriores e contabilizando o número de horários e de horas pedidos para contratação de escola, ou seja, o número de horários que ficaram por preencher, tanto na contratação inicial como na reserva de recrutamento, indicavam um quadro mais agravado por comparação com o ano letivo anterior, com a agravante de existirem menos docentes disponíveis para colmatar estas faltas.
O ministro contradizia-se nas declarações públicas. Primeiro, tentou negar a realidade, desmentindo os próprios dados oficiais; depois, acabou por reconhecer que o problema existia, ainda que o minimizando com o argumento de que o importante são os sumários, ou seja, desde que se sumarie qualquer coisa é menos uma aula que fica por dar.
Os planos apresentados para enfrentar este problema estrutural revelam “vistas curtas”. O sucessivo adiamento da revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) — peça fundamental para a valorização da profissão —, agora reconfirmado em reunião recente para finais de 2027, comprova que o objetivo não é mesmo resolver o problema.
O SPGL vai realizar, ao longo deste mês de outubro, plenários sindicais em várias escolas e agrupamentos, com o objetivo de informar e mobilizar os professores.
É tempo de mobilização, de unidade e de participação ativa em defesa da Escola Pública!
A tua presença faz a diferença.
Participa!
