Artigo:“Escolas de Verão” podem ser solução para recuperar aprendizagens perdidas?

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“Escolas de Verão” podem ser solução para recuperar aprendizagens perdidas?

Não estamos muito habituados a ver economistas a defender mais investimento na Educação, pelo que saúda-se a iniciativa de um grupo de economistas preocupados com a recuperação das aprendizagens perdidas (conteúdo online só para assinantes).

Propõem um plano, que se pode consultar aqui, que se destina aos alunos do ensino básico, e é “especialmente relevante para os alunos de contextos socio-económicos mais desfavorecidos, que são os mais afectados pela perda de conhecimentos no contexto da pandemia”, envolve “um programa de tutorias nas disciplinas de português e matemática (…) e a criação de um programa de escolas de verão” (…).

“O custo total das tutorias e das escolas de verão pode ir de 210 a 694 milhões de euros, consoante o tamanho dos grupos de tutoria e o número de alunos abrangidos”.

Como acima se referiu, saúda-se a iniciativa. E o trazer a lume a necessidade de mais investimento para resolver os problemas.

Mas isto não é solução.

Estou convicto que a tão necessária recuperação das aprendizagens não se faz com “escolas de verão”, até porque os alunos mais desfavorecidos (os tais para quem essencialmente a medida se destina) não participam habitualmente em ATL e campos de férias.

A recuperação das aprendizagens perdidas, que deveria ter começado logo em Setembro passado, faz-se com a melhoria das condições de trabalho nas escolas, a redução do número de alunos por turma (e de turmas por professor!), com mais professores que possam apoiar alunos, especialmente os mais vulneráveis, com mais assistentes operacionais…

Propostas que os sindicatos da FENPROF já apresentaram, há vários meses, ao Ministério da Educação. E que também incluíam números: 6% do PIB para a Educação.

M. Micaelo