Professores estão atentos e presentes durante a campanha eleitoral
Está na rua a campanha eleitoral para as eleições de 10 de março, as quais têm como objetivo eleger, nos círculos eleitorais correspondentes, os deputados que irão ocupar o hemiciclo do parlamento. Com a correlação de forças que daí resultar, irá construir-se a futura solução de governo.
Os debates realizados foram pouco esclarecedores, talvez também pelo formato escolhido que favorece mais as diatribes, os soundbites, o performativo e de substantivo parece que fica muito pouco.
Logo após a marcação das eleições, a FENPROF teve reuniões com alguns partidos. Das reuniões já realizadas e dos debates de 2 de fevereiro, com as questões do Ensino não Superior e de 9 de fevereiro, com as questões do Ensino Superior e da Investigação, foi possível conhecer as propostas que estes partidos têm para a Educação e Ciência.
O conhecimento dos programas eleitorais de todos os partidos que se vão apresentar a votos é muito importante e o voto dos professores tem de ser, necessariamente, pela defesa dos serviços públicos de qualidade e, na Educação, a adoção de medidas que não coloquem em causa a Escola Pública e a valorização dos profissionais que lá trabalham.
As promessas e os “cantos de sereia” sucedem-se e ficam registadas, mas atenção ao que podem esconder.
Porque vão-se sucedendo as referências “mais ou menos”, “a livre escolha”, o cheque ensino, os vouchers, os contratos de associação, os rankings como bitola para financiar escolas pelos resultados, entre outros. Estes são projetos claramente depredatórios da Escola Pública e que visam desresponsabilizar o Estado das suas obrigações, diminuindo progressivamente o seu papel na educação, um dos pilares estruturantes de qualquer democracia. Aliás, projetos que, concomitantemente, não só reforçariam as condições de pobreza num país onde esta é ainda tão visível como abririam o caminho ao surgimento de novos pobres.
Os professores estão atentos e presentes durante todo o período de campanha eleitoral. A FENPROF percorre o país, dando destaque aos problemas da Educação que consideram os educadores, professores e investigadores portugueses, como prioritários para o executivo que sair das eleições de 10 de março. São estes: o financiamento da educação e da investigação, as carreiras, as condições de trabalho, o envelhecimento e a aposentação, a formação profissional, a precariedade, a falta de professores, a educação inclusiva e tantas outras questões que urgem resolução.
Esta Caravana, “Os Professores em Campanha”, iniciou o seu percurso no dia 26 de fevereiro, em Viana do Castelo e termina no dia 8 de março, em Ponta Delgada, percorrendo a área do SPGL no dia 1 de março (alguns concelhos do distrito de Leiria), 5 de março em Lisboa e Santarém e 6 de março, em Setúbal.
Afirmar a importância dos professores como alicerce fundamental da Escola e reforçar que a sua desvalorização afeta gravemente a Escola Pública de Abril, prestes a comemorar 50 anos, é o objetivo fundamental desta caravana.