Artigo:Ensino profissional: não ao retrocesso na educação!

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A FENPROF vai solicitar uma reunião ao Ministro da Educação para debater o “Documento para discussão”, apresentado pelo governo à Comissão Permanente de Concertação Social, sobre “Formação e ensino Profissional”.

Recorda-se que, no final da reunião da CPCS, de 21 de agosto, o Ministro da Educação afirmou pretender que 50% dos alunos portugueses fossem canalizados para as vias profissionalizantes. Para a FENPROF, o problema não reside no facto de existir essa oferta nas escolas públicas, constituimdo uma opção válida para os estudantes, o que é grave é a secundarização do ensino profissional e a confessada intenção de “empurrar” jovens para uma via menos dignificada que não garante qualquer saída profissional e torna muito difícil o prosseguimento de estudos para o Ensino Superior.

Se dúvidas houvesse sobre o que pretende o governo com este “desvio” de alunos – aliás, previsto no Memorando da Troika, assinado pelo governo anterior e pelos partidos do atual, em 17 de maio de 2011 –, elas dissipam-se quando, na alínea i) dos princípios orientadores propostos, se refere a “sinalização precoce dos jovens com dificuldades de aprendizagem no ensino básico”, no sentido destes serem “empurrados” para um percurso mais fácil e desqualificado, pois garantir-lhes os apoios adequados para superarem as suas dificuldades exige investimento na escola a pensar no futuro dos cidadãos.

Para a FENPROF, há ainda preocupações em relação à “confusão” feita entre formação e ensino profissional, com o intuito de admitir que professores pertencentes às escolas públicas e formadores dependentes do IEFP possam ser “utilizados” de uma forma que, no documento, se refere como “racional e partilhada” e que todos sabem o que significa: redução do número de profissionais, com muitos a serem dispensados e remetidos para o desemprego.

Há ainda outros aspetos que levantam dúvidas à FENPROF, designadamente a eventual existência de um “cheque-formação”, que parece ser o balão de ensaio para outros “cheques” no ensino.

Tendo em conta que este é, ainda,  um documento para discussão, a FENPROF não abdica de o discutir e, nesse sentido, irá solicitar uma reunião ao MEC para apresentar as preocupações, dúvidas e desacordos que tem em relação ao documento divulgado pelo governo.

 

O Secretariado Nacional