Artigo:Em vésperas do 8 de março - Não paramos até que todas as mulheres sejam livres!

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Em vésperas do 8 de março

Não paramos até que todas as mulheres sejam livres!

Em vésperas do Dia Internacional da Mulher e das múltiplas comemorações é de assinalar uma entrevista no jornal Setenta e Quatro a Djamila Ferreira, ativista dos direitos humanos em Angola.

Nesta entrevista conduzida por Marta Lança podemos constatar o óbvio e o muito que ainda falta fazer em termos de igualdade de direitos. O título remete-nos para uma discriminação de tratamento ao alegar que “A vida das mulheres não tem significado para os governantes angolanos”. Ao longo do texto vemos as dificuldades de muitas mulheres em recorrerem à justiça por questões de discriminação / exploração nos locais de trabalho, justiça social, violências e outras. Havendo um sistema judicial que não responde, “Então temos as mulheres totalmente acorrentadas e condenadas a serem cada vez mais pobres”.

Para além da falta de respostas no acesso à justiça, saúde, apoios sociais, existe também o condicionamento no acesso à educação: “… crianças a estudarem ao relento. Quando chove, o professor e os alunos vão a correr para um abrigo com um quadro. Temos bairros sem saneamento básico, sem energia nem água, e pessoas que vivem em situação muitíssimo precária, de extrema pobreza, não têm o que comer, não têm o que vestir” – afirma a ativista.

As desigualdades sociais acentuam outras desigualdades e nesta entrevista Djamila Ferreira, através do relato da situação de vida das mulheres em Angola, transporta-nos para todos os mundos e países onde os seres humanos ainda não são todos iguais, onde umas vidas valem mais do que outras e onde as dificuldades se acentuam com a pobreza a que são votadas.

A leitura deste artigo é mais um alerta, no meio de tantos outros, para que as comemorações sejam também dias de luta pelo fim das desigualdades. Também nesta dimensão da vida: Não paramos de lutar até que todas as mulheres sejam livres!

Albertina Pena