Em defesa de uma profissão com futuro
Está lançado o mote para uma semana de vigílias que teve início, ontem, no norte do país.
Um Ministério da Educação que não valoriza os seus profissionais tem de ser contestado. Para além de não querer recuperar o tempo de serviço dos professores, de insistir em manter um modelo de avaliação que é economicista, que acentua a perda de salário dos professores e contribui para um ambiente de competição nas escolas, ignora a desregulação dos horários de trabalho, a burocracia que ocupa grande parte do tempo que deveria ser destinada a trabalho com os alunos. Insistir em manter um modelo de gestão que não é democrático e ter como mote acabar com o modelo de concursos e colocação. A FENPROF e os seus sindicatos desmontaram, desde o início, as propostas do ME alertando os professores para as intenções que estavam em cima da mesa, em reuniões em muitas escolas, por todo o país. A indignação, e bem, começou a surgir. A luta dos professores não nasceu nem agora nem com este governo. Os professores e professoras estiveram em luta, contra o orçamento de estado para a educação, numa greve a 2 de Novembro. Estiveram em luta por melhores salários na greve de 18 de novembro, protestaram e apresentaram proposta no dia 4 de outubro, fizeram concentrações pelo fim das quotas, assinaram abaixo-assinados por melhores condições de trabalho, estão e estiveram em tantas lutas, umas mais visíveis e outras menos visíveis, mas sempre em luta por uma carreira digna, uma escola pública de qualidade e uma profissão com futuro.
E todas as formas de luta continuarão e “O recurso à greve está em cima da mesa se, no plano negocial, as propostas do Ministério da Educação para o regime de concursos não forem profundamente alteradas e se a tutela continuar indisponível para abrir negociações sobre outras matérias, como a contagem integral do tempo de serviço para carreira, o fim das vagas para progressão e das quotas na avaliação, a revisão do modelo de avaliação do desempenho, a eliminação da precariedade laboral, a regularização dos horários de trabalho, a aprovação de um regime específico de aposentação ou a revisão urgente do regime de Mobilidade por doença. “Consoante se pode ler no comunicado das vigílias no site da FENPROF.
Os problemas são concretos, as lutas são concretas e a FENPROF e os seus sindicatos persistem, resistem e não desistem.
Para ganhar nas lutas é preciso participar!
Albertina Pena