Artigo:Em comparação com os países da OCDE e UE - Portugal tem muitos alunos no secundário, mas poucos no superior

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Em comparação com os países da OCDE e UE

Portugal tem muitos alunos no secundário, mas poucos no superior

Começa hoje, 7 de janeiro, a Convenção Nacional do Ensino Superior e a esse respeito, o Público (de hoje) inclui notícias e opiniões.

Vale a pena pensar no que significa o título de uma das notícias: "Portugal tem muitos alunos no secundário, mas poucos chegam ao superior" (em comparação com os países da OCDE e da UE).

Uma das razões para esta discrepância parece residir no facto de os alunos que escolhem as vias profissionais (cerca de 50% dos inscritos no secundário) dificilmente entrarem no superior. Uns por opção, outros porque o modo de admissão, pensado exclusivamente para quem segue a via de ensino, admitindo teoricamente o seu acesso, acaba por impedi-lo por exigências de formação "académica" que os cursos profissionais não conferem. Pode estar aqui também a explicação para o elitismo de classe dos que atualmente frequentam o ensino superior...

Aliás, não seria de pensar no fim deste sistema de considerar que os exames do secundário definem a entrada no superior, separando estes dois níveis de ensino? Não deverão ser as universidades e os politécnicos a assumirem o modo de entrada dos seus futuros alunos - o que permitiria uma maior "identidade" do secundário?

Mas não é de eliminar outra hipótese: não estará esta fraca entrada no superior ligada à perceção de que ter um grau superior não significa conseguir um bom trabalho cá dentro, obrigando a uma elevada emigração de jovens com formação superior, aliás de reconhecida competência pelos países que os acolhem?

Não estará este problema igualmente associado à política de baixos salários (para quem tem ou não uma licenciatura) e ao custo dos transportes, das propinas, da alimentação e da habitação, no caso dos que teriam de se deslocar para outras cidades? Estará o apoio social adaptado às reais necessidades das famílias portuguesas?

Enfim: muito para pensar...para bem decidir.

A. Avelãs