O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, denunciou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, a ausência de um debate sério sobre os problemas estruturais da Educação em Portugal, acusando o governo em gestão e o ministro Fernando Alexandre de promoverem uma imagem deturpada da realidade, tentando, dessa forma, retirar o tema dos debates e da campanha eleitoral.

Segundo o dirigente sindical, os desafios do setor têm-se agravado, com destaque para a falta de professores, a abertura de vagas insuficiente para substituir os docentes que se aposentam e a incapacidade de recuperar profissionais que abandonaram a carreira. Mário Nogueira apontou ainda para o tempo de serviço ainda por contabilizar para dezenas de milhar de docentes, um modelo de avaliação de desempenho desajustado, horários de trabalho desregulados e a redução da resposta da escola inclusiva como sinais claros de um sistema em crise.

A conferência serviu também para alertar para a precariedade no emprego e na carreira dos docentes e investigadores do ensino superior, problema que, segundo a FENPROF, continua sem resposta. Nogueira criticou ainda as intenções do atual governo para uma eventual reeleição, como a revisão da Lei de Bases do Sistema Educativo, o fim das carreiras de corpos especiais dos professores, o reforço do financiamento privado na Educação e o agravamento das medidas decorrentes da municipalização.

A FENPROF sublinha a necessidade urgente de colocar a Educação no centro do debate político e exige que se ouçam os profissionais do setor na definição de políticas públicas que respondam verdadeiramente às necessidades das escolas, professores e alunos.