Eleição de Donald Trump divide os EUA e poderá contribuir para o aumento do conflito entre nações
O mundo segue atentamente o processo de eleição e a tomada de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que terá lugar na próxima sexta-feira, dia 20 de janeiro.
Mais de duas dezenas de congressistas democratas anunciaram que, como forma de protesto, não vão estar presentes nas cerimónias, e nas ruas estão previstas, até agora, 30 manifestações agendadas para o período que antecede a tomada de posse e posteriormente.
Segundo o Público, “A tomada de posse acontece depois de um dos períodos de transição mais conturbados da História recente. A par dos relatórios que sugerem envolvimento russo na campanha, a própria composição da Administração Trump é encarada com desconfiança – há muitos multimilionários, negacionistas das alterações climáticas, um procurador-geral acusado de racismo, críticos da escola e saúde públicas, entre outras nomeações polémicas. Há ainda a controvérsia que rodeia os potenciais conflitos de interesse causados pelas vastas ligações empresariais de Trump e a nomeação do genro para conselheiro presidencial.”.
Ainda não assumiu as suas funções em pleno, mas as sondagens do instituto Gallup já apontam para o facto de ser considerado um dos mais impopulares chefes de estado de sempre. A nível interno, e de acordo com o editorial de hoje do Público, “Há razões políticas, de fundo, para os protestos: os direitos civis que Obama propagou estão efectivamente em risco com esta nova administração. O primeiro passo para o desmantelamento do pacote legislativo conhecido como Obamacare, que abriu acesso à saúde a vinte milhões de cidadãos, é o primeiro passo desta administração para retirar direitos adquiridos. Devem seguir-se as limitações de alguns direitos civis e ataques a minorias – começando pelos imigrantes, depois a comunidade LGBT e depois as mulheres, por quem Trump e esta administração tem demonstrado feroz desrespeito.”.
A nível externo, espera-se igualmente um período de conflitualidade mundial devido às suspeitas de interferência russa na sua eleição, às declarações que tem proferido sobre a NATO, que considerou obsoleta, às críticas a Angela Merkel pela política de refugiados, que qualificou como um erro catastrófico, ao elogio ao Brexit e à afirmação de que outros países seguirão o seu exemplo. A China ameaçou usar a força, caso haja interferência dos EUA relativamente à questão de Taiwan.
Paula Rodrigues