Educação para a Paz

Francisco Gonçalves (SG FENPROF), Correio da Manhã, 08 de outubro de 2025

A palavra Paz foi uma das que se ouviu este ano, nas comemorações do Dia Mundial do Professor, a propósito do que se passa na Palestina, a versão mais desumana de algo que se propaga pelo mundo: o discurso de ódio. Parece que os humanos, incapazes de resolver os seus problemas, por descrédito ou incapacidade, procuram nos tribalismos modernos refúgio para as suas frustrações. A sua tribo é a virtuosa, as outras, particularmente as identificadas como a origem dos problemas, as odiosas.

No inferno em que se transformou Gaza, procuram-nos fazer crer que de um lado está a civilização, os humanos, do outro gado, os sub-humanos. Sendo sub-humanos, tudo o que lhes seja feito é aceitável, seja a deportação ou a eliminação. Assim justificavam os nazis o que faziam, assim justificam os sionistas o que fazem.

E por cá? Não será o mesmo que alimenta a discussão entre o “Nós-portugueses” e o “Eles-imigrantes”? Depois da humanidade ter consolidado a ideia de que qualquer ser humano é igual perante a lei, regredimos para o: mas depende do grupo a que pertence.  Educação para a Paz precisa-se, mesmo!