Artigo:Educação inclusiva divide professores e directores

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Educação inclusiva divide professores e directores

"Inquérito da Fenprof dá conta de que a maioria dos directores considera que a situação melhorou nas escolas com o novo regime de educação inclusiva, enquanto quase metade dos professores inquiridos afirma exactamente o contrário."

Ontem, no Público

Entre propaganda, conveniência e seguidismo acéfalo, a política de inclusão faz o seu rumo, hipertrofiando a já excessiva burocracia e criando milhares de turmas ilegais, cheias de alunos com necessidades especiais com mais de vinte alunos.

Apregoa-se diferenciações pedagógicas irrealizáveis, a não ser que os professores fizessem aquilo que o governo implicitamente sugere, trabalhar de sol a sol, todos os dias, a bem da nação.

Os professores, como sempre, lá se vão desenrascando como podem, tentando chegar aos alunos por entre a selva dos inúmeros procedimentos.

E muitos lá vão, com a cabeça entre as orelhas, a dar apoio a grupos de vinte ou mais alunos na sua componente não letiva de estabelecimento, porque não há Dec.54 sem apoios educativos, e não há apoios sem os professores. 

Há que insistir nesta  importante luta contra o sobretrabalho, e exigir os recursos necessários para implementar as políticas, que não há custa dos direitos sócio-profissionais de uma das classes intelectuais mais atacadas nos últimos 14 anos. 

Os professores do 1º ciclo foram avisando os colegas do 2º e 3º ciclo, alertando para as fornadas que aí viriam, fruto das políticas de passar a todo o custo e dos programas absurdos. Na escola em que leciono estamos agora a acolher o resultado: um aumento impressionante de alunos com necessidades de apoio pela acumulação de lacunas na aprendizagem. Caso isolado ou apenas exemplar?

João Correia