Artigo:Educação climática falha em todo o mundo

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Educação climática falha em todo o mundo

… apesar da necessidade urgente de agir. Os resultados do estudo da Education International demonstram que todos os países estão aquém do mínimo exigido (60%), com exceção do Camboja, República Dominicana e Colômbia, os únicos a irem além dos 50%. 

Se tomarmos em conta que os resultados das políticas educativas levam décadas a materializar-se, concluímos, sem grande surpresa, que estas omissões dos sistemas educativos se têm revelado um poderoso fator de atraso à implementação de processos de mudança indispensáveis à reversão do aquecimento global e das correspondentes alterações climáticas, nos quais se incluem o reforço da literacia científica e ambiental como pré-requisitos fundamentais às mudanças de comportamentos e atitudes conducentes a modos de vida mais sustentáveis.

Apesar disso, temos visto a emergência crescente de manifestações de jovens (e de menos jovens também) reivindicando uma aceleração da aplicação efetiva de medidas, representados na frágil figura da Greta Thunberg, à medida que aumentam de tom e frequência os avisos desesperados de cientistas, ONG e alguns líderes políticos, com particular destaque para António Guterres, sobre o risco da irreversibilidade das alterações climáticas e dos profundos e nefastos efeitos para a Biosfera e a Humanidade.

Mas não deixa de ser importante assumir a dedução lógica que, se tivéssemos investido há mais tempo em mais educação dirigida à formação dos nossos jovens, teríamos agora, com certeza, muitas mais destas manifestações, bem como de outras de maior profundidade e alcance institucional, resultantes de eleições e/ou de ações populares de natureza diversa, que conduzissem os políticos ao ponto de não serem eleitos se não fizessem realmente algo para resolver o problema.

E que, provavelmente, estaríamos agora mais perto de resolver o problema, ou, pelo menos, mais longe de sermos, por ele, cilindrados.

João Correia