Artigo:É uma coisa que os faz crescer. Porque os faz olhar para o mundo

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Entrevista com Teresa Garcia

É uma coisa que os faz crescer. Porque os faz olhar para o mundo

Lígia Calapez e Sofia Vilarigues

Na sequência do Encontro Internacional de O Cinema, Cem Anos de Juventude, tivemos uma longa e animada conversa com Teresa Garcia, de Os Filhos de Lumière, na sede da associação. Aqui fica um pouco do muito que foi dito.

Da importância de que se reveste este projeto, destacamos duas afirmações - que confluem e falam por si - da nossa entrevistada.

“É uma experiência de vida. Porque também é uma maneira de olhar para os outros e de tentar criar uma relação com o mundo de cada pessoa. (…) É uma coisa que os faz crescer. Porque os faz olhar para o mundo. Porque os faz pensar nos outros. Porque faz perceber também a questão da alteridade. Entre eles e os outros. E o coletivo. Eu acho que é uma das coisas mais incríveis.”

Qual a importância da realização, pela primeira vez em Portugal, do encontro de final de ano de O Cinema, Cem Anos de Juventude?

Todos os anos, nós participamos neste encontro final. Só que não podemos levar todos os participantes, porque é impossível. Este ano, tínhamos 11 projetos. E, geralmente, levamos dois.

Mas o facto de todos os 11 terem participado neste encontro, da mesma forma, com todos os outros países, dá uma consciência do que é este projeto e de que todos fazem o mesmo trabalho que eles. Todos trabalham estes mesmos excertos, todos os veem, todos procuram, todos fazem os seus próprios filmes, todos olham à volta e procuram quem querem filmar. E, no final, todos fazem este exercício, este filme, que tem o máximo 10 minutos.

O processo é muito semelhante ao dos outros anos. Nós enchemos a sala da Cinemateca todos os anos, no final de cada ano, onde eles vão mostrar o filme. E depois vão ao palco e vão falar sobre a sua experiência. Portanto, é uma coisa que os alunos, na realidade, conhecem, mas que, de repente, abriu para o mundo.

Também foi interessante os encontros com o Pedro Costa e com a Dominique Cabrera. Porque, esse encontro com um realizador que é muito reconhecido - estar ali assim à frente deles e falar-lhes sobre o que é o cinema para ele, o que é que ele gosta de fazer e o que é que é importante para ele fazer, o que é que fazer um filme implica para ele - é marcante.

A presença de Alain Bergala é muito relevante, porque ele é o mentor disto tudo desde o início.  Essa intervenção é muito importante. A seguir aos encontros, íamos todos, os adultos, cineastas e professores, e coordenadores também, para a Sociedade de Belas Artes, onde tínhamos lá uma sala, e havia uma conversa, uma espécie de balanço. Isso foi feito este ano também.

 

Como se trabalham as oficinas em Portugal?

Nós trabalhamos da mesma forma todas as oficinas. Fazemos com que os professores, os cineastas, nos primeiros encontros, se deem conta do que é que vai ser o programa e recebam as pistas pedagógicas e os materiais pedagógicos, para poderem trabalhar. Há sempre um cineasta que coordena e que, depois, trabalha com cada uma das oficinas e uma equipa de Os Filhos de Lumière.

E há também as regras de jogo. As regras do jogo são lançadas logo no primeiro encontro realizado em França. Os primeiros encontros são sempre em França.

 

O que é que são as regras do jogo?

As regras do jogo são uma parte muito importante do projeto. Porque é  a partir daquelas pistas pedagógicas, que são lançadas, são construídas algumas propostas de exercícios para os professores e alunos.

Por exemplo, este ano chamava-se “Filmar o Outro, o Gesto Documental”.

O que significa que, pela primeira vez, eles trabalharam o documentário. O que é isso? O que é que há à nossa volta?

É muito interessante. Porque obrigou-os a olhar para o que existe na zona deles e a pensar. E até para os professores.

E todos os trabalhos que eles fizeram foi a partir daí, dessa ideia de documentário. Criaram relações muito interessantes com pessoas.

Eles têm sempre vontade de entrar nos filmes como atores. Mas, aqui, nunca houve nenhum momento em que eles dissessem - eu quero entrar como ator. Porque perceberam imediatamente o que era um documentário e que eram os outros que eles iam filmar.

 

E na prática, em que consistem?

As regras do jogo dividem-se em partes.

Uma, a primeira, é uma coisa mais individual, onde cada um faz a sua experiência, muitas vezes com o seu telemóvel. E há alguns temas. Por exemplo, este ano, o primeiro tema era filmar um animal. Tinham que filmar o que cada animal tinha de diferente, de especial. Em vários planos.

Ou filmar o trabalho. Filmar o trabalho era num plano sequência. E isso significava que eles iam à procura de sítios onde viam pessoas trabalhar. E, depois, durante um minuto, com o telemóvel, filmavam a pessoa.

Quando tinham o trabalho feito, tínhamos um encontro. Todos juntos. Professores, cineastas, eles. Para falar sobre isso.

O segundo exercício já era um bocadinho mais complexo. Já trabalhavam mais em conjunto. E já tinham também o nosso apoio, com técnicos que ensinam a trabalhar com a câmara, com o som, a gravar. Mas são eles que o imaginam. São eles que escolhem. São eles que vão aos lugares. São eles que sabem o que é que querem.

E o terceiro exercício ainda é mais complexo. O segundo era seguir uma pessoa que faz um trabalho, seja ele qual for, era acompanhá-la, ver um bocadinho qual era o seu percurso. E o terceiro era mais centrado num lugar. Aquele lugar onde as pessoas trabalham.

Foi também combinado que aquilo que eles escolheram e trabalharam - esses exercícios ao longo do ano - podiam desenvolver num trabalho mais completo para o filme final.

Um documentário passa por várias formas. Uma delas é a do contacto, de conhecer, de conversar, até de propor coisas, de perguntar. Portanto, criar uma relação.

E há também a intervenção. Por exemplo, imaginemos alguém que pergunta na rua, às pessoas, o que é felicidade ou se é feliz. Há, naturalmente, quem responda:  o que é que tem a ver com isso? Mas também há pessoas que contam histórias. E há pessoas que nem olham, nem ligam, continuam a andar.

Mas é uma experiência de vida. Porque também é uma maneira de olhar para os outros e de tentar criar uma relação com o mundo de cada pessoa.

Portanto, esse vai e vem - isto é, ver filmes e fazer - é o princípio, é a metodologia principal deste nosso trabalho. De O Cinema, Cem Anos de Juventude.

 

Quando começou o projeto O Cinema, Cem Anos de Juventude? Vocês participam desde o início?

O projeto começou em 96, na celebração dos 100 anos de cinema, em França. Não connosco, nós começámos em 2006, 2007.

Assim, em França, fizeram um esforço para juntar todas as entidades que trabalhavam na educação para o cinema e propuseram um projeto. Houve ali um grupo que se juntou e propôs um projeto para celebrar os 100 anos de cinema. E a base desse projeto era trabalhar a partir dos Lumière.

Durante um ano inteiro, com as escolas, mostraram aos alunos filmes dos Lumière, analisaram, pensaram, etc. E, depois, foram para a rua, com o apoio de um cineasta.

O cineasta existiu sempre neste programa, o cineasta com o professor. Essa relação cineasta-professor é absolutamente crucial. Todo o projeto é trabalhado a partir de um processo. E é esta experiência, também muito sensorial, muito prática, que leva os miúdos a perceber o que é que estão a fazer.

 

Que princípios pedagógicos enformam este projeto? Já falámos bastante disso. Mas haverá mais algo a dizer?

Os princípios pedagógicos, são mesmo os que já referi. Há uma matéria pedagógica. Há também uma reflexão entre cineastas e professores. Na realidade, há três encontros ao longo do ano. Há o primeiro das pistas pedagógicas, há o segundo que é este balanço, e há o terceiro que é o trabalho final.

Uma coisa que eu acho muito importante é este lado de reflexão conjunta. Que acontece no projeto internacional, mas também acontece no projeto nacional.

Todos os anos nós levamos dois dos projetos a França. Todos os projetos são discutidos em conjunto. E, a seguir, fazemos um encontro em Portugal, com todos os participantes, onde lançamos as questões que foram discutidas lá com o Bergala.

E eu penso que esses encontros, em França, irrigam todos os outros em cada país. Esta reflexão e esta partilha entre todos é muito importante para o projeto.

É no fim do ano que são lançadas as questões para o ano seguinte.

 

Já estão lançadas as questões para o próximo ano?

Sim. É o indivíduo, o grupo, a comunidade. Este provavelmente não vai ser o nome com que vai ficar no final. Mas é a ideia. É uma forma de tocar algo que está a acontecer. De pensar sobre isso.

Por exemplo, o que é ser alguém que, na escola, nunca fala e não se dá com os outros. O que é alguém estar sozinho. Ou o que é ser excluído numa escola ou excluído num grupo ou excluído em casa. Ou qualquer tipo de olhar sobre os outros.

 

Como tem sido a participação das escolas?

Em relação à participação das escolas… Isto é sempre uma coisa um bocado complicada. Porque a questão financeira é a questão mais difícil deste projeto.

Às vezes empurramos uma coisa para a frente, mesmo com muito poucos meios. Fazemos um esforço enorme. Por exemplo, temos um apoio do ICA, mas o apoio do ICA tem vindo a baixar. E porquê? Porque o ICA quis abrir e, para incluir mais projetos no seu programa, resolveu cortar aqueles que tinham ficado melhor classificados.

Ora nós, quando fazemos a candidatura, geralmente temos de começar em setembro. Não podemos esperar. Antecipamos. Assim, pensávamos que iríamos ter um valor e, afinal, tivemos metade desse valor.

Portanto, como é que nós conseguimos fazer? Pedimos um apoio em determinadas zonas. Por exemplo, à Câmara de Sintra, que nos apoia quatro oficinas, a Câmara de Lisboa apoia quatro também.

 

Quer dizer, vocês, no fundo, podem ter de ser direcionados para escolas cujas câmaras  proporcionam eventual apoio.

Exatamente. Pedimos um apoio a cada Câmara, se uma escola estiver interessada. Com Lisboa temos um apoio anual, mas que não é só para isto. É um apoio para toda a atividade que fazemos em Lisboa. Portanto, temos a Câmara, temos um bocadinho do ICA, dividimos o ICA por todos os sítios. Não é fácil.

 

Quando vocês começam os projetos nas escolas, as oficinas, como é que é a relação? Como se estabelece?

Normalmente, quando fazemos uma oficina numa escola, é porque há, à partida, um interesse por parte da escola.

A primeira vez que isto aconteceu foi em Serpa. Tivemos um apoio do ICA, tínhamos vontade de fazer as oficinas em Serpa. Fomos a uma escola, fomos falar com o diretor e dissemos: Podemos trabalhar com qualquer aluno. Podem ser maus alunos. Só há uma coisa que para nós é fundamental. Os professores a quem vocês propõem que vão fazer isto, têm que ter interesse no cinema. É a nossa única exigência. Porque o nosso mediador é o professor. Nós estamos a trabalhar em colaboração com o professor. E se o professor não se interessar, não vale a pena. Na realidade, nós temos ao longo de um ano uma sessão semanal, mas só estamos lá quinzenalmente. O que significa que há uma semana em que o professor está sozinho com os alunos. E esse tempo em que ele está sozinho com os alunos é tão importante como o tempo em que lá estamos.

Na verdade, isto tem interessado muitos professores. Hoje em dia, quando fazemos qualquer coisa, é porque um professor vem ter connosco.

E, depois, os professores também encontram a melhor forma de estar com os alunos. Ou fazem um clube de cinema e abrem-se inscrições. Ou, como quando houve o Covid, trabalham com uma única turma, porque não era possível juntá-los.

 

Já nem perguntamos se os alunos ficam interessados…

Os alunos ficam interessados porque nós fazemos-lhes perguntas. E eles pensam.

E, quando eles pensam, eles respondem porque pensaram. E isso é muito interessante. Uma coisa que eu acho incrível e que sempre, desde o princípio, me fascina completamente, é ver, nestes encontros finais, o público a fazer uma pergunta. Em que eles se calhar nunca tinham pensado. Mas eles pensam e respondem. Sempre. E eu acho que isso é uma maravilhosa maneira de aprender.

 

Para concluir, falemos de Os Filhos de Lumière: Quais são os seus objetivos? Como é que o vosso percurso foi evoluindo?

Como é que tudo isto nasceu? Há um grupo de pessoas que são cineastas e que se interessam mesmo pelo cinema, que fazem filmes. E, um dia, houve um primeiro contacto - eu acho que foi assim que se despoletou tudo – com O Cinema, Cem Anos de Juventude. Foi quando cá vieram, e quando vimos um filme que se chamava Les Jeunes Lumière, na Cinemateca. Isto foi em 96. Foi um filme feito especialmente para a celebração dos 100 anos de cinema. Foi uma coisa muito grande em França. O cinema nasceu ali. E foi a partir dos Lumière que tudo começou.

Para fazer este filme, puseram crianças a filmar. Como filmavam os Lumière. Filmes de um minuto. As crianças iam para a rua com os professores e com os cineastas. Primeiro viram muitos filmes, discutiram os filmes e depois foram para a rua e foram filmando. E nós vimos esse filme na Cinemateca.

Em França, criaram depois uma associação. Antes de ser apoiado, ou entrar dentro do programa da Cinemateca francesa.

Quando nós vimos este filme, pensámos assim: isto é extremamente interessante, é uma forma muito interessante de trabalhar com miúdos, porque tem uma enorme simplicidade e ao mesmo tempo está lá o essencial.

Ficámos com vontade de fazer qualquer coisa. Aconteceu, no concreto, quando eu e o Pierre Marie estivemos a trabalhar na iniciativa Porto Capital Europeia da Cultura 2001 e a fazer um programa de cinema na Porto 2001, um ciclo de cinema.

E foi nesta altura em que nos foi pedido que fizéssemos um trabalho de educação ao cinema, na Porto 2001. Resolvemos criar uma coisa de raiz e começar a trabalhar com os bairros, com os grupos ciganos, com aqueles que não tinham nada. Instalámo-nos no Porto durante aquele período. Convidámos realizadores, que vinham de Lisboa, para trabalhar connosco. Esse projeto ganhou forma. Mas, quando acabou a Porto 2001, acabou tudo, porque, entretanto, a Câmara mudou. Foi, assim, uma coisa tristíssima, porque a Porto 2001 trouxe uma vida enorme, mudou imenso o Porto.

Vivemos sempre disto, uns passos para a frente, uns passos para trás.

Viemos embora. E pensámos: criámos aqui uma coisa, vamos levá-la para Lisboa.

E, depois, houve um período em que as câmaras tinham um acordo com a DGArtes. Se houvesse um apoio de uma câmara, a DGArtes dava outro.

Isso permitiu que nós trabalhássemos com muitas câmaras do país, em vários sítios. Foi muito interessante. Íamos para um lugar, Leiria, por exemplo, instalávamo-nos lá durante 15 dias com o apoio da câmara. Trabalhávamos com os miúdos (em período de férias; não era com a escola). Os miúdos inscreviam-se e nós trabalhávamos com aquele grupo de miúdos. Tínhamos um espaço, facultado pela Câmara. Havia uma sala de cinema. Era uma coisa muito dirigida aos miúdos. Chamávamos-lhe O Primeiro Olhar. Eles depois faziam o filme e, no final, mostrávamos o filme publicamente. Fizemos isso em imensas cidades.

 

Quando começaram a trabalhar com as escolas?

A partir de 2006 começámos a trabalhar com as escolas. Mas continuamos a fazer qualquer coisa com O primeiro olhar. Com Câmaras, bairros, associações de bairro.

Só que nós agora integramos muito do que fazemos. Por exemplo, o CinEd, é um dos mais importantes projetos que nós temos. Esse é um trabalho dirigido prioritariamente a professores. Quando trabalhamos, quando fazemos uma oficina de CinEd, convidamos os professores de várias escolas. E o que acontece muito agora, é que cruzamos CinEd com O Cinema, Cem Anos de Juventude.

Estes dois programas são muito sólidos. A nós, ajudam-nos imenso. Porque o programa com professores é um programa que tem uma base de recursos pedagógicos muito forte.

Eu acho que os professores precisam de perceber como é que os vão utilizar. E também perceber como é que funciona o cinema. Porque não é uma coisa teórica. Como é que é na prática? Como é que se faz?

Esse trabalho não é facilitado. E porquê? Porque ele envolve um tempo com os professores. Em geral ao sábado ou ao fim da tarde. E, depois, temos de integrar, dentro disso, as projeções com alunos. Ora, levar os alunos implica ser durante a semana. Implica os alunos, se calhar, faltarem e os professores terem de negociar com outros professores eles não irem naquele dia. Ou com a direção da escola.

Por vezes temos pessoas do PNA que vêm a fazer a formação. E interessa-lhes também perceber. E eu lembro-me de uma das pessoas dizer-nos isto, numa das sessões: ouvir estas conversas e estas dificuldades todas, mostra-nos como estamos tão atrasados em relação ao nosso objetivo, que é que o cinema, ou que as artes, tenham o mesmo valor numa escola, que tem a matemática, a história, o português. E isto está muito longe.

 

Perspetivas?

Qual é o nosso desejo? É alargar o mais possível este tipo de formação. Acho que há cada vez mais pessoas interessadas em participar. Há professores interessados, há cineastas interessados. Nós também temos de abrir um bocadinho esse leque.

E há alunos interessados. E acho que os alunos são geralmente os mais interessados.

O que é que dificulta? Para já, que uma escola possa gerir ou incluir isso. E há as condições financeiras. E ainda não há uma compreensão dentro das estruturas governamentais, digamos, que entendam a importância disto.

Mas quando nós vemos os jovens a conversar com outros jovens, de outros países, e a falar sobre o seu processo, percebemos que é uma experiência muito, muito forte para eles. É uma coisa que os faz crescer. Porque os faz olhar para o mundo. Porque os faz pensar nos outros. Porque faz perceber também a questão da alteridade. Entre eles e os outros. E o coletivo. Eu acho que é uma das coisas mais incríveis. É que quando eles estão a trabalhar todos juntos, cada um faz uma coisa. E são eles que escolhem. São eles. Sempre.

Eles são capazes de dizer logo o que é que querem. E negociar. Faz parte do trabalho coletivo. E se um quer muito fazer a imagem e outro quer muito fazer a imagem, podem também um fazer a imagem e o outro fazer depois. E um fazer o som e outro fazer depois. E também partilharem esse trabalho.

E a realização é a mesma coisa. E também a noção de coletivo.

E há uma coisa de que eles costumam falar, é sobre amizade. Isto também faz encontrar amigos.

E eu acho que aqui percebe-se que a solidariedade é uma coisa também natural. Porque há muita solidariedade.

E, no entanto, o que é valorizado na escola e em todo o lado na sociedade é a competição. Que é um princípio que nós sabemos que já foi muito perigoso. Foi e é.

Versão resumida publicada no «Escola/Informação Digital» n.º 43 | julho/agosto 2024