Artigo:É preciso uma estratégia de combate à pobreza

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É preciso uma estratégia de combate à pobreza

Para os cidadãos que não se limitem a olhar para o seu umbigo ou a teclar bacoradas num qualquer Facebook, mas sobretudo para sindicalistas, o retrato sobre a pobreza que hoje é divulgado em boa parte da comunicação social, mais do que um “murro no estômago”, obriga a uma séria preocupação.

O Público chama o tema à capa (“Maioria dos trabalhadores pobres tem um contrato estável”), e desenvolve o tema nas páginas 12 e 13, com a assinatura de Natália Faria. Inclui uma importante entrevista a Carlos Farinha Rodrigues.

Deixo aqui algumas citações, intercaladas por uma ou outra observação pessoal, desse artigo cuja leitura considero indispensável para quem se preocupe com o bem comum.

 “Hoje, os trabalhadores pesam 32,9%, ou seja, constituem um terço total dos pobres. (…) “A maioria desses trabalhadores pobres até tem vínculos estáveis, muitos há mais de 10 anos, alguns há mais de 20 na mesma empresa” E há questões que se levantam:  se é esta a situação dos trabalhadores com contrato permanente, que dizer da situação dos precários e dos desempregados? O texto diz-nos que, no seu conjunto, correspondem a 40% dos reconhecidamente pobres. E a sua situação será ainda mais difícil do que a dos pobres com contrato permanente. E que dizer dos políticos, maioritariamente da direita, que sempre consideram não haver condições para aumentos salariais, nem mesmo para o salário mínimo?

No caso dos trabalhadores pobres, a pobreza tende a ser mais alargada, toda a família é colocada em situação de pobreza”. E o texto sublinha o que nós, professores, bem sabemos: esta pobreza traduz-se muitas vezes em abandono e insucesso escolar. Daí “a velha raspadinha de rabo na boca. A saída antecipada da escola aumenta e muito a probabilidade de ser pobre”

Para terminar, uma breve referência ao que nos diz Carlos Farinha Rodrigues:

 “Tínhamos, em 2019, 17% de pobres e no RSI (Rendimento Social de Inserção) nunca esteve mais do que 5% da população. E isso tem de ser repensado” (Lembram-se do senhor do Chega a querer reduzir o acesso ao RSI nos Açores, por sinal uma das regiões mais pobres do país?)

O que posso destacar é a grande necessidade de colocarmos um certo nível de prioridade política na estratégia de combate á pobreza

Mas leia mesmo o texto todo!

António Avelãs