É pela luta que lá vamos!

Nos últimos dias o ME tem levado a cabo uma acirrada especulação sobre o concurso nacional de colocação de professores com a intenção de o descredibilizar junto da opinião pública, fazendo querer parecer que este concurso é a principal causa dos problemas na educação (conforme notícia em vários órgãos da comunicação social).

Há um pacote que tem vindo a ser constituído: modelo de gestão que não é democrático, municipalização, e agora a contratação por escola. Uma troika que arrumaria de vez a democracia, a transparência e a justiça no sistema de ensino.

Como em qualquer outro sector, quando se quer impor um determinado caminho diaboliza-se o que existe, uma velha tática de marketing (nada de novo).

Bem sabemos que no pacote que está montado, esta cereja no topo do bolo iria arruinar qualquer independência, sentido critico, autonomia e tudo aquilo que se espera que a educação construa. No entanto, esta parece ser a aposta deste ministro para a educação.

Após um grave período de pandemia, em que continua a ser necessário um reforço de recursos humanos para as escolas, para recuperação de aprendizagens, e em que faltam assistentes operacionais e outro pessoal técnico; num tempo que deveria ser de valorização dos profissionais de educação porque, com as carreiras congeladas, horários sobrecarregados, aumento da idade da reforma, a não diminuição do número de alunos por turma, etc., o objetivo do ministro da educação é pôr as escolas a contratar professores, com tudo o que isso implicaria. Continuam, desta forma, os insultos aos profissionais da educação e uma desresponsabilização do ministério da educação pelo setor.

É preciso contestar este caminho da escolha de professores/as a la carte e continuar a luta e a defesa por uma escola pública democrática, plural, de todos e para todos. Uma escola pública de todos os professores/as e não apenas dos escolhidos/ eleitos.  

Não podemos deixar encolher a democracia e, por isso, dia 4 é importante estar/ participar no plenário em frente à Assembleia da República. Foi com luta que muito se conseguiu, foi com luta que muito se travou e é com luta que temos de continuar. 

Os profissionais da educação não são gente de baixar os braços nem de deixar de defender sempre a escola pública.

Vamos lá, que a contratação por escola não passará!

Albertina Pena