E agora, vamos votar.
Hoje logo pela manhã, com emissão directa em três Rádios de cobertura nacional, TSF, Renascença e Antena 1, pudemos assistir a mais um debate entre os principais candidatos a deputado dos partidos com assento parlamentar.
Curiosamente, ou talvez não, nem todos os líderes partidários compareceram ou, por razões de saúde, se fizeram representar.
Rui Rio e André Ventura faltaram à chamada, alegando compromissos na agenda de campanha eleitoral. Inadiáveis e mais importantes, supõe-se.
Não só é curioso como, sobretudo, é sintomático. Desde logo por desconsiderarem a importância da Rádio e os rádio- ouvintes, mas, acima de tudo, por menosprezarem o debate público, aberto e com contraditório num meio de comunicação social preferencial, e muitas vezes exclusivo, de alguns sectores da população Portuguesa.
Esta recusa em debater ideias, supostamente importantes para o esclarecimento dos eleitores, em sujeição às regras mais elementares do confronto directo com os opositores, ou seja sujeito a contraditório, revela muito da personalidade e da ideologia política dos líderes em questão.
Têm certezas inabaláveis, logo indiscutíveis, e estratégias de implementação das mesmas muito bem definidas, que não se coadunam com a exposição franca em grandes e plurais fóruns de debate.
De resto, já sabemos:
- o Livre com a Eco-Geringonça
- a IL com 15% no IRS para todos e privatizações
- o PAN com as proibições e as Touradas
- o CDS com a redução de um escalão no IRS por filho e privatizações
- o Bloco com o PS sem a legislação laboral
- o PCP com a nacionalização dos sectores fundamentais da economia
- o PSD com as reviravoltas de Rio e o Chega
- o Chega com os bandidos esterilizados e todos presos para sempre e o PSD e o sistema
- e o PS sozinho com tudo isto e o Orçamento 2022.
Enfim, não sendo fácil para alguns de nós, decidamo-nos e, sobretudo, zelemos pelo sentido do nosso voto até ao fim da próxima legislatura.
Ricardo Furtado