“É agora ou nunca”
Folheio o jornal “Público” de hoje (5/4/2022) enquanto tomo a bica da manhã. No meio das fotografias de horror em que as pessoas são lixo irreconhecível, talvez aproveitado pelos corvos que procuram comida… e os comentários sobre quem fez o quê e quanto… recordo o Ruanda em 1994 e a palavra genocídio. O horror é o quotidiano que resvala para a impotência das instituições, para a letra morta das conferências, convenções, cimeiras, tratados, assinaturas, fotografias de grupo. Onde está a ONU?
Não descubro no jornal de hoje nenhuma notícia relacionada com o ensino e educação. Mas ontem vi António Guterres com palavras fortes sobre a crise climática e apercebo-me que a seguir ao tema da guerra, no jornal de hoje é talvez o tema da crise climática o mais prevalecente. Na primeira página, com o título “É agora ou nunca” para o mundo evitar a catástrofe climática e uma imagem do planeta azul, o “Público” remete-nos para as páginas 26 e 27 a propósito do painel da ONU que alerta para o facto de faltar tempo para travar aquecimento global. No topo do Guia Leituras (pág. 32) com a fotografia da jovem activista Greta Thunberg, chama-se a atenção para o lançamento a 27 de Outubro em Portugal de “O Livro do Clima” com a colaboração de mais de cem especialistas. Mas, sem dúvida, que é o Bartoon de Luís Afonso, na última página, a mensagem mais forte sobre esta catástrofe que é imparável e que parece ficar sempre para depois, quando já não houver nada a fazer. Foi/É a pandemia. Agora é a guerra. Aliás, com a pandemia e agora com a guerra, parece que se está a andar para trás a uma enorme velocidade.
Não quero parecer catastrofista, mas não posso deixar de afirmar que vejo com imensa preocupação o futuro deste belo planeta em que vivemos.
Almerinda Bento