Os professores, educadores e investigadores portugueses participarão na Greve Geral da Administração Pública que amanhã, dia 8 de novembro, se realizará. As razões para a adesão dos docentes e investigadores à Greve Geral da Administração Pública tornaram-se ainda mais fortes depois de se conhecerem a proposta de Orçamento do Estado para 2014, as intenções dos governantes para “reformar” o Estado, o novo estatuto do ensino privado e todo o escândalo que tem envolvido o seu financiamento público, entre outros motivos em que, mais recentemente, relevam o programa de despedimentos disfarçado sob a capa de rescisões amigáveis ou a chamada prova de acesso à profissão, criada para afastar professores da profissão, depois de terem sido afastados das escolas.
As medidas concretas que o governo quer impor são por demais conhecidas dos professores: cortes salariais ainda mais violentos, desemprego cada vez mais elevado, instabilidade generalizada do corpo docente e ameaça de transferência para a mobilidade especial, entrega das escolas públicas ao setor privado, aplicação do cheque-ensino, desmantelamento das carreiras profissionais, corte violento de verbas para o ensino superior e a investigação, tentativa de imposição de restrições ao protesto e, em geral, à ação sindical em defesa dos trabalhadores, entre tantas outras….
Os professores e investigadores sabem que, nesta greve, não há “terceira via”: ou manifestam o seu protesto e repúdio em relação às medidas propostas pelo governo; ou o governo tê-los-á como apoiantes dessas medidas, ainda que fossem outros os motivos que os levaria a não participar na greve. Os professores sabem ainda que fragilizar a greve, por exemplo, para não perder um dia de salário abriria ainda mais as portas para, em futuro próximo, perderem o salário de todos os dias, uma vez que os atuais governantes já deixaram de olhar a meios para atingirem os seus fins. Olham apenas aos níveis de contestação a que estão sujeitos e esse está nas mãos também dos professores.
É verdade que às vezes nos podemos questionar sobre o resultado das muitas lutas que temos desenvolvido, mas esbarramos sempre numa verdade incontornável: sem essa luta a situação em que estariam os professores seria ainda mais negativa, tanto mais que os profissionais da Educação têm sido dos mais fortemente atacados por um governo cujos partidos em que se apoia, hipocritamente, se afirmavam solidários e preocupados. Mas foi a luta dos professores que permitiu acabar, por exemplo, com a divisão da carreira ou impediu o agravamento do horário devido à entrada em vigor das 40 horas.
Por estas razões, os educadores, os professores e os investigadores, como, aliás, todos os trabalhadores de uma Administração Pública que o governo quer reduzir a partícula, têm razões para amanhã, 8 de novembro, realizarem uma enorme Greve Geral.
O Secretariado Nacional