“Directores têm influência decisiva na motivação dos professores”
O Público de 4 de novembro publica, na página 16, uma notícia com o título acima citado que é uma súmula de um estudo desenvolvido por dois docentes da Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto. Segundo o autor do artigo do matutino (Samuel Silva), os investigadores concluem que “os docentes estão mais comprometidos se houver gestão ética nas escolas”. Não é, porém, claro o sentido a dar à expressão “gestão ética”, mas ela é apresentada tendo como contraposição uma “liderança despótica”.
O texto sustenta que a eficácia de uma gestão “motivadora” é prejudicada com a política dos agrupamentos: (…) ”é impossível que, do ponto de vista humano, (o diretor) consiga fazer um acompanhamento mais individualizado do trabalho dos professores”.
Segundo Samuel Silva, a investigação aponta inconvenientes ao atual modelo de gestão e administração das escolas/agrupamentos, imposto pelo Dec-Lei 137/2012, considerando necessário o “desenvolvimento e formação de competências de comportamento inerentes como requisito do perfil do director, bem como critérios de selecção e de acesso ao cargo”. Talvez isso possa melhorar o atual modelo. Mas a proposta a levar mais a sério não é equacionada neste estudo: substituir o atual modelo regressando ao modelo colegial, muito mais responsabilizador dos docentes e, certamente, muito mais capaz de uma “liderança ética”. E já agora, repensar a política de agrupamentos, pelo menos a dos “mega-agrupamentos".
António Avelãs