Dia da Terra - A Educação Ambiental está a falhar?
A comemoração desta data é uma oportunidade para um balanço, mais um, daquilo que tem sido o impacto da Humanidade sobre a Biosfera. A nós, educadores, cabe-nos o dever de estar do lado da esperança fundada no conhecimento, por mais que nos assuste o negrume das nuvens do horizonte e o peso dos factos pretéritos e presentes que nos colocam hoje no designado Antropoceno, pelas piores razões.
A responsabilidade humana é imensa, mas a de cada pessoa relaciona-se com a sua condição económica, social e cultural. Quanto mais elevada for, maior a pegada ecológica que deixou atrás de si, mas mais poderá fazer para corrigir a trajetória, implicando que o ser humano, à medida que se torna menos pobre, se torna também progressivamente mais danoso para o ambiente, mas simultaneamente mais empoderado para o “salvar”.
Grande parte da destruição ambiental existente deve-se a uma combinação do aumento demográfico com o aumento do consumo per capita, o que se torna tragicamente tangível no caso dos colossos asiáticos (China e Índia), assim como na América do Sul, onde a destruição da Biodiversidade tem assumido implicações mundiais, especialmente no caso da Amazónia.
O crescimento da chamada “Economia Verde” promete superar este paradoxo heisenberguiano com a criação de empregos e negócios mais sustentáveis. Independentemente da eficácia desta transformação económica, a recente aparição de Donald Trump, providencialmente cerceada pela combinação da COVID-19 com as incapacidades políticas próprias, a par dos seus inúmeros acólitos espalhados pelo mundo, veio mostrar o quão longe estamos do nível de consenso mundial para a gravidade dos problemas que enfrentamos.
Na verdade, uma grande parte da humanidade, mesmo a instruída, educada e com acesso a meios de informação abundantes e livres, permanece completamente alheada e desinteressada da necessária correção de comportamentos e políticas, sem falar da hipocrisia que coletivamente promovemos todos os dias apregoando uma coisa e fazendo outra. Talvez, uma das coisas a fazer, seja melhorar as práticas de educação ambiental existentes.
Neste link aborda-se o falhanço da Educação Ambiental e como torná-la mais eficaz, num artigo de 2007 que permanece totalmente atual.
João Correia