"Assiste-se pela primeira vez na história à coordenação de uma convocatória de greves gerais em quatro países, juntamente com ações em todos os países europeus", destaca o manifesto Portugal - Espanha "Razões para fazer GREVE 14 N na educação".

A apresentação do manifesto com que os professores portugueses e espanhóis se juntam à ação convocada pela Confederação Europeia de Sindicatos de uma Jornada de Ação e Solidariedade para o dia 14, que conta com o apoio do Conselho Geral da Confederação Sindical Internacional, decorreu em conferência de imprensa na sede da FENPROF esta manhã.

Apresentado por Manuela Mendonça, do Secretariado Nacional, o encontro com a comunicação social contou com a presença de Martin Romer (Diretor Principal do Comité Sindical Europeu de Educação), José Campos Trujillo (Secretário Geral da FE.CC.OO), Salvador Benavent Martinez (Secretário Confederal do STES) e Mário Nogueira (Secretário Geral da FENPROF).

Martin Romer avaliou que a situação em Portugal e Espanha se encontra num ponto de viragem, em que a austeridade tem de ter um fim. Para o Diretor do CSEE os recuos sociais na Europa, que põem em causa a ação dos professores de levar a sabedoria de uma geração para a outra, exigem e têm conseguido uma movimentação de cada vez maior solidariedade.

A forma como está a ser posto em causa o edifício da escola pública para criar um novo edifício que tem como bases um modelo conservador, segregador e de privatização, foi criticado por José Campos Trujillo, que considerou que em Espanha há recuos significativos nos avanços de 30 anos de democracia e destacou esta ser uma convocatória histórica.

Salvador Benavent Martinez salientou a necessidade de um outro caminho oposto ao atual, que recupera elementos do Franquismo. Uma via antes pela soberania de pessoas, territórios e povos, pelo máximo de direitos, pela diversidade de culturas e povos, oposta à centralização cultural e de critério educativo.

A finalizar, o Secretário Geral da Fenprof apontou que deixámos de nos centrar em modelos exemplo de ensino, como o finlandês, para chegar a uma situação em que está em causa a matriz democrática da escola, conquista de Abril e a uma situação em que o próprio Governo reconhece que um elevado número de crianças chegam à escola com fome. Citando Brecht e Mário Henrique Leiria, Mário Nogueira concluiu "dia 14 não vamos esperar o  que acontece".

Vídeos da Conferência de Imprensa conjunta (autoria: Paulo Machado, SPGL):

Declaração de Martin Romer Coordenador do CSEE - Região Europa, na conferência de imprensa conjunta realizada em Lisboa em 9/11/2012