Desigualdade do Rendimento e Pobreza em Portugal
Na semana passada tivemos acesso a um estudo, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, levado a cabo pelo economista Carlos Farinha Rodrigues, que nos evidenciou a brutal desigualdade das políticas postas em prática pelos anteriores governos, patrocinadas pela omnipresente Europa, sob a forma de PECs ou TROIKAs e sempre debaixo da protecção do FMI.
A pretexto das sempre necessárias Reformas Estruturais, podemos constatar que, entre 2009 e 2014, os portugueses com rendimentos nos dois decís mais baixos foram os mais afectados pelas politicas de recessão, absolutamente necessárias aliás, que nos permitem enfrentar o Deficit e o Endividamento de peito cheio.
Como também não seria de estranhar, com tão acertadas medidas, ficaram parcialmente fora da imperiosa lei da austeridade os nossos concidadãos com rendimentos no decil mais elevado.
Que Bilderberg os vá protegendo.
Notemos bem que estas diferenças na quebra de rendimentos não são pequenas; os portugueses mais pobres perderam cerca de 25%, e os mais ricos perto de 13%. É uma diferença chocante, de uma injustiça social perturbadora e que reflecte a matriz politico-ideológica que prevalece nos nossos tempos, na nossa moribunda Europa, antes farol dos valores democráticos e da justiça social.
Ainda pela leitura dos resultados deste estudo, podemos confirmar o progressivo empobrecimento da maioria dos portugueses; de facto é nos decís de mais baixo rendimento que se encontram a maior parte das famílias portuguesas. Assim, estas orientações governativas, para além do que exigia a desumana Troika, levaram a que os agregados familiares que auferiam rendimentos abaixo de 60% da mediana, passassem de 2% em 2009 para mais de 20% em 2014.
Para melhor conhecer toda a dimensão deste problema, sugerimos a leitura integral do estudo anteriormente referido.
Ricardo Furtado