Artigo:Democracia?

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Democracia?

Os episódios recentemente protagonizados por deputados e convidados do Chega e da IL na Assembleia da Republica são bastante elucidativos do caminho das Pedras que as Democracias têm pela frente.

O princípio iliberal de que as “regras são para os idiotas” e, por isso mesmo, não são para cumprir, ficou bem expresso nas atitudes inenarráveis destes fanáticos “ao serviço da Liberdade e do Povo” em tudo idênticas ao que vem praticando Viktor Orbán, na Hungria e na contagiável União Europeia.

O International  Rescue Committee, que teve como co-fundador Albert  Einstein, e que classifica 197 países de acordo com critérios como o controlo da autoridade, os direitos humanos, os conflitos e a violência, a exploração económica e a degradação ambiental, elaborando a partir daí um Atlas da Impunidade, alerta para o facto de as “crises” de efeitos globais em que estamos imersos favorecerem “novos abusos de poder” e o avanço da impunidade por parte de dirigentes políticos menos escrupulosos.

Nos últimos 15 anos o número das “democracias plenas” reduziram para metade ao mesmo tempo que os conflitos militares e as guerras civis se multiplicaram por 7.

O instituto Sueco V-Dem indica que a partir do início do século XXI o número de países “rumo à democracia” desceu de 71 para apenas 14 em 2022 e, inversamente, o número de países “rumo ao autoritarismo” cresceu de menos de 5 para 42.

Habituados que estamos a lutar contra as adversidades e as injustiças e porque não nos resignamos a aceitar o crescente autoritarismo que também entre nós vai fazendo o seu caminho, da extrema-direita ao arco da governação, resta-nos acreditar que “A crise das democracias não é inexorável; vejamos o que aconteceu com Trump e Bolsonaro. Os “homens-fortes” podem ser derrotados” como disse à Visão Tiago Fernandes, coordenador da V-Dem para a Europa do Sul.

Não paramos!

Ricardo Furtado