De novo o Milagre
Agora que nos aproximamos dos 100 anos do Milagre da Cova da Iria, poderá ser motivo de reflexão, a tendente atribuição da faculdade de produzir milagres a qualquer um de nós.
Para o cidadão comum, não muito versado nestas matérias de milagres, será difícil de entender que esta faculdade esteja ao alcance de pessoas como Costa ou Centeno.
Um Milagre é algo que não tem explicação racional, é um fenómeno de alcance "cósmico" e espiritual inacessível ao comum da humanidade.
Neste sentido, classificar como Milagre o resultado de 2.1 no défice público, seria elevar as capacidades dos nossos actuais governantes a patamares inacreditáveis.
Teodora Cardoso não os terá certamente nesta conta, por isso, na sua análise, menorizou o trabalho do Governo e fragilizou a imagem de Portugal no contexto Europeu, pelo menos, pondo-se ao jeito, por tomar partido, das alfinetadas da crítica.
A crispação manifestada no último debate parlamentar pela oposição, nomeadamente em defesa de Teodora Cardoso e de Carlos Costa, e reiterada em entrevista, na Antena 1 esta 5ª Feira, pelo líder parlamentar do PSD, esquecendo as intervenções proferidas, na anterior legislatura, acerca dos juízes do Tribunal Constitucional, são o resultado, segundo Montenegro, da tentativa do Governo e da Assembleia da República para "calar a oposição".
Mudam os tempos, mudam as vontades. Em tempos anteriores, o Governo de Pedro e Paulo tinham vontade de calar a Constituição.
Ricardo Furtado