Artigo:Damásio explica Bolsonaro

Pastas / Informação / Todas as Notícias

Damásio explica Bolsonaro

Como se explica que um indivíduo com as características sociais, morais e ideológicas de Bolsonaro recolha a simpatia eleitoral de um povo desgraçado, mártir quase, e que vive à poucos anos em democracia?

Para António Damásio, neurocientista, "Nós não somos máquinas de pensar que sentem, somos máquinas de sentir que pensam". A afirmação tem já uns anos e atrevo-me a dizer que ele hoje, devido a criações como Sophia, substituiria o termo "máquina" por outro mais "humanizado".

Bolsonaro não é pensado pelos seus eleitores, que serão em breve vítimas da sua governação, é sentido pelos brasileiros que estão desesperançados com as dificuldades de uma vida duríssima, e são atraídos por um discurso providencial, polarizador, fácil e que lhes promete a solução para todos os seus problemas.

Bolsonaro não terá sido eleito pela razão de um programa de governo justo mas sim pelo sentimento de ódio, desconforto e impotência que grassa na sociedade brasileira.

A Net e as redes sociais fizeram o resto do trabalho.

Num artigo de opinião, que recomendo, Rui Tavares Guedes, na revista Visão nº1336, aborda este tema.

Ricardo Furtado