Artigo:Covid-19 reduz greves para menos de metade

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Covid-19 reduz greves para menos de metade

No dia 9 de Novembro, Clara Viana, do jornal Público, referia que, com o país metido em casa, as escolas fechadas e o direito à greve suspenso por força do estado de emergência, os meses de Abril e Maio de 2020 aparecem, fora do tempo de férias de Verão, como uma raridade nos mapas mensais que a Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) publica com os números das greves que lhe foram comunicadas. Ambos estão a zero. Em 2019 tinham sido comunicadas 73 greves para estes dois meses.

Devido sobretudo à covid-19, entre Janeiro e Outubro de 2020 foram entregues “apenas” 129 pré-avisos de greve por parte de sindicatos da função pública, quando no mesmo período do ano anterior tinham sido 340.

Dos 129 pré-avisos deste ano, 34 foram entregues em Outubro passado numa espécie de despertar que se fez sobretudo devido aos sindicatos de professores, de quem partiu a iniciativa de 24 destes anúncios. Até ao final deste mês, a Federação Nacional de Professores e outros nove sindicatos independentes estarão em greve contra a sobrecarga de trabalho, que pode abranger serviço lectivo caso este vá além do que estão obrigados (aqui a articulista não é exacta, já que esta greve só será suspensa quando o ME, em reunião com a FENPROF, concordar com a eliminação dos abusos e ilegalidades que atingem os horários de trabalho dos docentes, de modo que garanta o respeito pela lei).

Tanto em 2020, como em 2019, a Educação é o sector com mais avisos de greve. No ano passado os sindicatos de professores totalizaram 57% das 380 comunicações de paralisação. Em 2020 somam 53% dos 129 avisos enviados à DGAEP.  

Este ano seguem-se os sectores da Saúde (19) e da Administração Local (12). Um dos 19 pré-avisos registados na Saúde é o que dá conta da greve dos enfermeiros que começou nesta segunda-feira.

Em 2019, o sector da Justiça estava em segundo lugar neste pódio, com 50 pré-avisos entregues. O primeiro lugar pertenceu à Educação (218) e o terceiro à Saúde (44), um lote onde neste último caso se incluiu a segunda vaga das chamadas greves cirúrgicas, que levou o Governo a decretar a requisição civil dos enfermeiros.

Francisco Martins da Silva