Covid 19 - Os professores devem ser grupo prioritário?
É, pelo menos, a opinião da UNESCO.
Num artigo do Público de ontem, em que sé dá voz a vários especialistas, o professor Henrique Oliveira, do IST, dizia Quanto mais jovem, mais se está no estado assintomático ou com poucos sintomas. As escolas servem para transmitir a doentes de agregado para agregado familiar.
E aos professores? E destes para a família, outros alunos e outros professores e funcionários?
No mesmo artigo Jorge Buescu, professor de matemática na Universidade de Lisboa, salientou que a abertura das escolas em Setembro acarretou um aumentou de 20 a 25% no índice de transmissibilidade (Rt), o que ilustra a sua importância na dinâmica da pandemia.
Num estudo recente do CDC dos EUA (Centers for Disease Control and Prevention), considera-se:
Os educadores podem desempenhar um papel central nas redes de transmissão na escola. A prevenção de infecções por SARS-CoV-2 por meio de medidas de mitigação multifacetadas nas escolas e a vacinação de educadores com COVID-19 é um componente crítico da prevenção da transmissão na escola.
Consistente com os resultados de estudos internacionais, este relatório descobriu que as infecções iniciais entre educadores desempenharam um papel substancial na transmissão da SARS-CoV-2 na escola e nas cadeias de infecção subsequentes para outros educadores, alunos e famílias, destacando a importância de prevenir infecções entre educadores em particular.
Neste mesmo estudo, destaca-se a gravidade crucial dos alunos se sentarem a menos de 1 metro uns dos outros como fator de potenciação do contágio. Em muitas escolas do país sentam-se lado a lado em salas à pinha, que se têm de suportar com insuficiente ventilação devido às baixas temperaturas de Inverno, aumentando a concentração de eventuais partículas virais e o seu potencial de transmissão.
Ou seja, parece que, se se quiser desconfinar em relativa segurança e evitar futuras vagas, vacinar prioritariamente os professores impõe-se como uma medida necessária por razões objectivas.
João Correia