Artigo:Conhecer é uma viagem

Pastas / SPGL / Dep. Aposentados / Ação Sociocultural

Viajámos em 2011/2012 com sede de conhecimento, fome de convívio e desejo sempre renovado de reencontrar os amigos.Viajámos sempre sob o calendário que pautou as nossas vidas profissionais. Com o ano a começar em setembro.

Então para não perdermos tempo, luxo a que obviamente não nos podemos permitir, com a recordação ainda fresca da primeira semana do agosto de 2010/2011, passada entre a Inglaterra e a Escócia, visitámos Campo Maior e a Festa das Flores. Nesse fim de semana vimos o céu despejar baldes de chuva sobre as milhares de flores que nos serviam de teto nas ruas da cidade e partilhamos a tristeza do povo artista que nos mostrava as fotos das ruas antes da chuvada. Levámos flores de papel na mochila e atravessámos o que para nós já foi uma fronteira para Espanha. Badajoz, no caso, que percorremos tanto quanto pudemos e a chuva nos permitiu. Ainda passámos o resto do dia em Elvas e apreciámos as exposições do seu Museu de Arte Contemporânea.

Conhecer é uma viagem e viajar é conhecer, é aprender e ensinar. É partilhar olhares, afetos, gostos e convicções. E, entre risos e abraços de boas vindas, partimos para a Bienal de Vila Nova de Cerveira, em setembro de 2011. Viana do Castelo primeiro, depois, Vila Nova de Cerveira e a sua Bienal, o Aqua Museu e o Parque Biológico do Minho e as esculturas de José Rodrigues antes de saltarmos para a Galiza, em terras de Espanha: Pontevedra, Sanxenxo e os olhos cheios de paisagens, a camioneta cheia de conversas, o apetite saciado com gostosas refeições e o regresso a Portugal, a Valença do Minho, Monção e Ponte de Lima, com o seu festival internacional de jardins que nos surpreendeu e nos deu excelentes fotografias.

E setembro acabou. A crise adensou-se sobre as nossas vidas. outubro foi mês de luta. Manifestámo-nos nas ruas. Pensámos no que fazer. As nossas viagens, tão importantes para a vida que nos sobra da que gastámos a trabalhar, começavam a estar em risco. Os empregos de milhares de trabalhadores estavam em risco, a segurança dos nossos filhos e netos, para nosso espanto, estava comprometida. Os nossos subsídios de férias e de Natal iam ser-nos roubados. Tudo isto, sob a suspeita de que “nós” tínhamos gasto “acima das nossas possibilidades”. E nós sabemos que não fomos nós. Não somos nós. São eles. Os que governaram nos últimos anos o nosso país é que gastaram os nossos impostos acima das suas possibilidades…

E chegou novembro. E voltámos a organizar-nos noutra viagem. Fomos a Vilar de Perdizes, em terras do Barroso e Alto Tâmega. Visitámos aldeias envelhecidas, o retrato do abandono das gentes do interior, aldeias com poucas dezenas de habitantes, sem crianças nem escolas,