Artigo:Cimeira pela Democracia

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Cimeira pela Democracia

“Durante dois dias, mais de uma centena de governos vão debater o crescimento do autoritarismo no mundo” - Público, hoje.

A Democracia que interessa, a da separação de poderes, da liberdade de imprensa e do primado dos direitos humanos, enfrenta hoje múltiplas ameaças, congregadas a nível interno em partidos de direita radical e extrema direita, a nível externo pelo crescimento da influência económica e militar de ditaduras mais ou menos assumidas nos planos económico e militar (China e Rússia) e pela degradação da qualidade da democracia a nível global, como referido em artigo do Público:

Segundo o mais recente relatório do Freedom House, a democracia recuou em 73 países em 2020 — o número mais elevado nos últimos 15 anos. Ao todo, quase 75% da população mundial vivia, em 2020, em países onde se registou uma deterioração da democracia.”

A luta pela Democracia, incluindo o direito ao associativismo sindical livre, custou, ao longo da história, muitas mortes e sofrimento, contra os fascismos da primeira metade do século XX,  o comunismo ditatorial do Pacto de Varsóvia, o colonialismo, o sistema de castas na Índia, as ditaduras impostas pelos EUA na América do Sul em nome da contenção do comunismo, etc., etc.

As democracias, hoje, colhem o fruto amargo da inação de décadas face aos abusos do capitalismo predatório, cuja voracidade à solta desde há décadas gerou um processo infindável de desvalorização salarial e de degradação dos direitos dos cidadãos por via das deslocalizações de empresas, fusões, “inovação tecnológica”, desregulamentação das relações de trabalho, num pano de fundo borrado por sucessivos escândalos de corrupção sem consequências para os perpetradores. O ambiente perfeito para o recrudescimento dos salvadores da pátria que temos visto a desfilar para nosso horror e incredulidade, cuja última versão fala francês e vem do…jornalismo.

Há, de facto, que criar uma agenda em defesa da Democracia. Uma agenda que terá de passar pela Educação, na qual os professores jogam um papel central na formação cívica dos futuros cidadãos.

Estamos todos convocados para esta luta: a de defender o único tipo de regime que conhecemos em que a liberdade dos cidadãos é efetivamente garantida e a luta por uma sociedade melhor realmente possível.

PS: Não, a China não é uma Democracia, Sr. Jinping. 

João Correia