Bons resultados na economia têm de traduzir-se na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos
Como é natural, a maioria dos órgãos de comunicação social de hoje, 16 de maio, destaca os números sobre a economia portuguesa divulgados ontem pelo INE. Síntese dessas leituras pode ser a de David Dinis, no seu “Enquanto dormia”- nota diária on line a partir do “Público”: “a nossa economia deixou-nos de boca aberta”, remetendo para vários textos de opinião, particularmente para o de Sérgio Aníbal.
Dados muito positivos que, claro, fortalecem a imagem do governo e da inovadora solução governativa em boa hora ensaiada. Aos sindicatos, enquanto força organizada dos trabalhadores, compete exigir que as melhorias económicas se reflitam nas condições de vida da generalidade dos portugueses, sobretudo dos que mais amarguraram com as medidas da “troika” e Passos Coelho: os que caíram no desemprego, quantas vezes de longa duração e mesmo irreversível, a pobreza infantil, os que foram despejadas das suas casas…
Conhecemos todos nós muitos casos de países com elevadas taxas de crescimento em que a pobreza e a miséria atingem boa parte das populações…
A economia de um país não é um fim em si mesmo: é um meio para a qualidade de vida dos cidadãos; tem de orientar-se por caminhos de uma cada vez mais exigente justiça social, a caminho de uma igualdade real de direitos.
Estamos satisfeitos com os bons resultados; estamos dispostos a lutar por uma sociedade (muito) mais justa.
António Avelãs