Bolsonaro quer militares na rua com "licença para matar"

Este é um dos destaques da capa do Público de hoje, 2 de dezembro, desdobrado num artigo de João Ruela Ribeiro, nas páginas 28 e 29. O texto sublinha a progressiva ideologização fascizante do governo do Brasil, sintetizada no “lead”: “Presidente brasileiro e alguns ministros multiplicam acenos à ditadura, sugerindo possibilidade de legislar para chamar soldados para conter manifestações e dispersar ocupações de terra”.

Isto não pode ser dissociado de uma recente tentativa de Bolsonaro de alterar a legislação enviando para o Congresso um diploma de ”excludente de ilicitude”, isto é,” ampliação das circunstâncias em que um agente das forças de segurança está isento de responder pelos seus atos, desta vez destinada aos militares que participem em operações de “garantia e da ordem” (conhecidas como GLO.)

É certo que o governo brasileiro ainda não domina o Congresso. Mas a história já nos ensinou como é que os fascistas resolvem esse impedimento: encerrando-o pela força, como aconteceu, no Brasil, entre 1964 e 1985, durante a ditadura militar.

Este mundo está tornando-se cada dia mais perigoso.

António Avelãs